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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Protestaram hoje

Alta no combustível traz prejuízo e motoristas da Uber dizem rodar por até 19 horas para lucrar

Foto: Reprodução

Alta no combustível traz prejuízo e motoristas da Uber dizem rodar por até 19 horas para lucrar
Centenas de motoristas parceiros da Uber se mobilizaram na manhã desta terça-feira (22), em Cuiabá, para pedir por aumento no valor do repassa feito aos profissionais por corrida. Atualmente o valor cobrado pela empresa é de 25% da tarifa, o que tem se tornado insuficiente para a cobertura das despesas, especialmente após a alta no preço do combustível. A isso soma-se a recente  implantação do serviço em Várzea Grande, com preço 15% menor do que o cobrado na Capital.

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Juntos estes fatores teriam reduzido os lucros, empurrando os condutores para rotinas de até 19 horas de trabalho. Assim, após se reunirem na frente do ginásio Verdinho, eles saíram em carreata até o hotel Deville, onde funciona um escritório da empresa. A sugestão é que a Uber aumente o preço das corridas de forma que não prejudique nem passageiros nem motoristas. 

Atualmente em Cuiabá a tarifa base é de R$ 2,50 por viagem. Ao valor é acrescido o custo por quilômetro rodado de R$ 1,20, e por minuto, de R$ 0,15. No município vizinho a cobrança é R$ 2,00, R$ 1,05 e R$ 0,10 respectivamente o que representa queda de R$0,90 para R$0,78 para as corridas iniciadas ali.

Desanimado pelo resultado dos cálculos, o contador Leonardo Domiciano acabou deixando o aplicativo após sete meses de adesão. De acordo com ele, nas últimas semanas os colegas têm dobrado o tempo online no aplicativo, chegando a até  19 horas para conseguir fechar uma média de R$2 mil mensais.

“Nesse valor não está descontada a manutenção, necessária a cada 10 mil km rodados. Isso a gente atinge em 30 dias mais ou menos.”Leonardo afirma que pretende voltar para a plataforma, mas só no caso dos valores sejam reajustados.

“A lucratividade acabou ficando restrita às indicações de outros motoristas, que rendem R$400 reais cada, como em uma pirâmide. Mas hoje, quase ninguém mais quer rodar pela Uber. Já tem muita gente e a depreciação do carro é muito grande e o lucro não chega a cobrir gastos com o seguro, a manutenção e o abastecimento, por exemplo", explica.

O posicionamento é compartilhado pelo motorista Aguinaldo da Silva Cruz. Em entrevista recente ao Agro Olhar, ele contou que, embora tenha conseguido se recolocar profissionalmente por meio do aplicativo, a lucratividade vem sendo afetada. Sua sugestão é um acréscimo de 15% no valor da corrida.“ Se subisse o preço não pesaria tanto pros passageiros e ficaria melhor pra gente. Táxi sai muito mais caro que isso”, diz.

A reportagem entrou em contato com a plataforma, que ainda deverá se pronunciar sobre a situação. À época do aumento no preço dos combustíveis, determinado pelo Governo Federal, a empresa adiantou que ainda não havia alteração prevista e que irá aguardar a situação se estabilizar para estudar um possível acréscimo. 
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