Nos tempos dos coronéis, sempre que alguém criticava o “patrão”, o jagunço vinha em sua defesa. Um verdadeiro “pau mandado”.  Recentemente fiz duras críticas à administração de Cuiabá. Fui realista. Repercuti o que as ruas estão dizendo. Perguntei onde estava o prefeito que era um empresário de sucesso (ou pelo menos parecia) e que prometeu uma “revolução” em nossa Capital?  Em sua defesa, saiu um destemperado secretário. Uma pessoa que nunca contribuiu com Cuiabá. Um “zé ninguém”. Disse que não tenho conhecimento das “obras” que têm sido realizadas pelo atual prefeito. Que não tenho nenhum “serviço prestado a Cuiabá”. E, no mais baixo nível de discussão, característica indelével dessa pessoa, disse que sou um “sem noção” e “biruta”. Ao que parece, o ilustríssimo secretário, talvez pela inexperiência em gestão pública, não tem conhecimento das ações que fiz por Cuiabá, inclusive, muitas delas tocadas pela atual administração.

Vou refrescar a memória dos “esquecidos”. Ainda na gestão do Prefeito Chico Galindo, foram firmados convênios para a construção de 25 creches, todas obtidas a partir da gestão política do deputado Valtenir Pereira.  Elas estão previstas para serem construídas nos bairros 1º de Março, Três Barras, Jd. Aroeira, Centro América, Pedra 90 – 1ª Etapa, Real Parque, Nova esperança, Liberdade, Jd. Passaredo, Paiaguás, Pedra 90 – 2ª Etapa, Areão, CPA 3, CPA 4, Residencial Alice Novack, Residencial Salvador Costa Marques, Residencial Santa Terezinha, Residencial Avelino Lima Barros, Recanto do Sol, Altos da Serra, Santa Amália, Serra Dourada, Bela Vista, Doutor Fábio e Jd. Vitória (vide notícia no site da Femab). São mais de R$ 30 milhões de investimentos.

Portanto, as creches que vem sendo inauguradas com foguetórios pela atual gestão não são frutos do trabalho dela. "Estão fazendo cortesia com chapéu alheio e, pior, sem dar o devido crédito". Em 2013, destinei R$ 400 mil para ampliação do Fórum da Justiça Federal em Cuiabá, o que permitiu a instalação do Juizado Especial Federal. Destinei, ainda, R$ 200 mil para a área de saúde do Municípiode Cuiabá, para atender reforma de PSFs. Na educação, aportei R$ 4,2 milhões para a obra de “implantação de solução integrada de rede wireless e de vigilância eletrônica nas escolas municipais de Cuiabá”. Assim, das “100 obras” entregues pela Secretaria Municipal de Educação, parte foi feita com recursos obtidos por este deputado.

Ainda na área da saúde, capitaneando junto com o deputado Eliene uma emenda de bancada, enviei R$ 13 milhões para o Hospital Universitário Júlio Muller comprar equipamentos hospitalares. Em 2014, aportei R$ 3,1 milhões para a construção das Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros São João Del Rey, Parque Ohara e Ouro Fino. Os recursos também foram usados para ampliar os Centros de Saúde dos bairros Pedra 90 e Jd. Independência, além da aquisição de equipamentos para os centros de saúde e PSFs dos bairros Jardim Alvorada, Campo Velho, Jardim Imperial, Dom Aquino, Grande Terceiro, Paiaguás, Parque Cuiabá, Quilombo, Altos da Glória, Jardim União e Nova Esperança. 

Ainda em 2013, destinei R$ 13 milhões para a Justiça Estadual de Mato Grosso, o que possibilitou a aquisição de equipamentos de informática para implantação do processo judiciário eletrônico, bem como computadores para as comarcas de Cuiabá e do interior. Em 2015, destinei R$ 1,7 milhão para o Hospital Santa Casa de Cuiabá e R$ 1,3 milhões para o Hospital Santa Helena, unidades filantrópicas de referência de atendimento aos pacientes do SUS. Neste ano de 2016, destinei R$ 2,2 milhões para a Santa Casa de Cuiabá, R$ 500 mil para o Hospital Santa Helena, R$ 1,8 milhão para o Hospital Geral Universitário e R$ 300 mil para o Instituto Lions da Visão. A duplicação da Av. Archimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho), que custou cerca de R$20 milhões, é fruto de recursos aportados pelos deputados Valtenir Pereira e Carlos Bezerra. No bairro Jardim Fortaleza mais 2,1 milhões para drenagem e pavimentação asfáltica. O asfalto feito no bairro Ribeirão do Lipa, tem emenda do Deputado Valtenir Pereira (R$ 580 mil). Portanto, parte dos “250 km” de asfaltos entregues pela atual administração da Prefeitura de Cuiabá foi feita com recursos de emendas de minha autoria.  Em relação ao Hospital São Benedito, vale dizer que ele só funciona com a ajuda majoritária do Governo Federal.

Foi a antiga administração federal que hoje está em vias de sair pelo impeachment, e tão demonizada pelo secretário, que firmou o convênio, aportando mensalmente R$ 3 milhões nessa unidade hospitalar. Sem esse dinheiro, ele simplesmente não funcionaria. Sobre as UPAs, a atual gestão, logo no início do Governo, não queria continuar com a construção da unidade do Pascoal Ramos. Queria remanejá-la para outro local, mas foi impedida pela mobilização dos moradores da região. Nessa luta, estive na linha de frente, pois, ainda no Governo Wilson Santos, quando se pretendia fechar a policlínica do Pascoal Ramos e fazer no local apenas um posto de saúde, aportei recursos para reforma e ampliação da policlínica.  Essas são algumas das minhas ações apenas na cidade de Cuiabá. Tenho muitas outras espalhadas por Várzea Grande e todo o interior de Mato Grosso. 

Fiz tudo isso sem esquecer da minha atuação parlamentar. No ano passado, por exemplo, fui o 1º Vice-Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e também titular da Comissão Especial da Reforma Política. Fui relator da “Subcomissão Especial para debater os efeitos da Operação Lava-Jato na economia e no índice de emprego no Brasil” e, ainda, fui membro suplente da Comissão de Educação, da Comissão Mista do orçamento (CMO) e da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), onde fui relator do PL 6.234/13 que cria a 2ª Vara Federal de Rondonópolis. Também fui Coordenador da Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias, função que continuei exercendo este ano. De quebra, em 2014, tive sancionada a Lei 13.015/14, oriunda do PL 2.214/11, de minha autoria, que permite maior agilidade ao processo trabalhista. Em 2015, tive aprovada, na CCJ, a PEC 80, de minha autoria, que disciplina o sistema da advocacia pública no Brasil. Tenho várias outras iniciativas legislativas em tramitação. Neste ano, exerço a vice-liderança da bancada do PMDB na Câmara. Também faço parte, agora como membro titular, da CCJ, onde sou o coordenador da bancada do PMDB.

Também coordeno a Frente Parlamentar Mista de Aperfeiçoamento da Justiça Brasileira. Enfim, se isso não são “serviços prestados”, então não sei o que é.  Eu não vou baixar o nível da discussão, como fez o secretário. Não vou chamá-lo de “pau mandado”, de “jagunço” ou tampouco de “garoto de recado”. Vou creditar sua atitude ao desejo de aparecer e de polemizar com um deputado federal. A sua destemperança já se tornou famosa.  Portanto, se existe um “sem noção” e “biruta” nessa história não sou eu. Da próxima vez quero debater com o chefe.  Secretário de Governo e de Comunicação não é prefeito. Não é deputado. Não é vereador. Não tem a legitimidade do voto.  Em tempo: o ruidoso secretário, ao falar sobre minha saída do PSB, diz no plural que “já sabíamos que ele não era boa bisca”. Estranho, pois não me lembro dele como filiado do partido. Em consulta ao site do TRE, verifiquei que ele é filiado ao PC do B, partido que foi da base de apoio da Presidente Dilma e que, inclusive, votou de modo unânime contra o impeachment. Isso se chama “bipolaridade” política. Um “pé” em cada canoa.