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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Opinião

Lei que prevê reconstrução mamária após mastectomia completou cinco anos

Pouca gente sabe é que a reconstrução mamária é garantida por lei e completou em 2018, cinco anos de existência. A lei em questão é a Nº 12.802/2013 que obriga o Sistema único de Saúde a realizar a cirurgia plástica reparadora da mama logo em seguida à retirada do câncer, quando houver condições médicas.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, respondendo por cerca de 28% dos casos novos de câncer a cada ano. Está doença também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

O câncer de mama é uma espécie de fantasma que assusta as mulheres, isso porque muitas vezes sua cura está ligada a mutilação do seio, colocando em risco também a saúde psíquica da mulher. Já que um dos maiores temores das mulheres que descobrem um câncer de mama, além do medo da morte, é a grande influência que esse diagnóstico tem em sua autoestima.

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), das 92,5 mil mulheres que retiraram a mama entre 2008 e 2015, apenas 20% (18 mil) realizaram a reconstrução pelo SUS.

Na teoria, nas ocasiões em que a mulher não pode fazer o procedimento de imediato, ela deve ser encaminhada para acompanhamento e ter garantida a realização da cirurgia após alcançar as condições clínicas necessárias, segundo o Ministério da Saúde. Porém, a realidade é outra.

Uma pesquisa da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) apontou que 53,2% das mulheres que fizeram o tratamento contra o câncer no sistema público de saúde realizaram a reconstrução mamária. Na rede privada, o porcentual sobe para 74,8%.

A pesquisa foi realizada em maio de 2016 com 468 mulheres que passaram pela mastectomia. Elas eram de sete Estados de todas as regiões do Brasil, a maioria tinha entre 35 e 54 anos e pertencia às classes B e C. Do total, 27,6% declararam conhecer bem a lei, enquanto 38,5% conhecem pouco e 3,8% nunca ouviram falar. Das que conhecem bem, a maioria (72%) fez reconstrução da mama.

Atualmente o tratamento padrão é oferecer a paciente com câncer de mama uma assistência oncológica eficiente, associado a reconstrução mamária imediata, no momento da cirurgia inicial, quando possível, evitando sequelas sociais, sexuais e  psicológicas na paciente.


Dr. Luis Fernando C. Barros é Mastologista e Cirurgião Ontológico Na Vida Diagnóstico e Saúde e na Oncocenter e Chefe do Serviço de Reconstrução Mamária do Hospital de Câncer 
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