Olhar Direto

Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Opinião

O melancólico papel de desinformar.

O melancólico papel de desinformar chega agora ao ápice do ridículo.

Boa parte da imprensa, principalmente a televisiva, teve a oportunidade de entrevistar os candidatos e nada fez para deles extrair suas reais posições a respeito dos temas que mais afetam o presente e o futuro do país e por consequência o nosso.

Nada explica porque só agora, no segundo turno do pleito, seus articulistas políticos e econômicos buscarem temas qualitativos e propositivos aos dois candidatos que chegaram ao segundo turno.

A primeira vista pode haver certa lógica no fato deste tipo de questionamento ser feito somente agora, mas não. Não é nessa direção que a realidade aponta.

A questão é bem mais complexa, chega a ser desconexa da realidade e da necessidade de bem informar que, presume-se,
seja seu inexorável papel.

Reforça esta situação decepcionante constatar que as entrevistas e reportagens acontecidas até então com os candidatos buscaram explorar situações a que se expuseram quando de suas manifestações e ações passadas a respeito de temas sócio-culturais tais como preconceito, racismo, nepotismo, subserviência, corrupção e quase nada sobre o que realmente importaria aos eleitores quanto ao futuro ou seja, sobre suas propostas para enfrentar as questões sociais, econômicas, ambientais e de gestão que assolam o país.

Perdemos a oportunidade de saber o que todos os pretendentes a presidência da república estariam propondo sobre saúde, educação, emprego, segurança, economia e finanças públicas.

É nestas horas que vemos alguns “colaboradores” dos veículos de informação se apresentarem sectários, principalmente aqueles ligados aos grandes grupos de comunicação, pois mais parecem trabalhar “por” que “para” quem lhes paga. Isso sem falar da forma dissimulada com que alguns tentam mascarar suas próprias tendências políticas.

São tão inconseqüentes que mesmo após as tentativas frustradas de desconstrução dos candidatos não se preocupam em reparar o mal que possam ter feito.

É o que parece acontecer com os dados disseminados por alguns institutos de pesquisa que parecem ter sido contratados para mostrar os resultados da forma que interessa a quem os contrata e não de como deveriam ser divulgados na realidade.

Certos veículos de mídia parecem despreparados para se ajustar as novas formas de informar, demonstram não querer fazer a moderna e adequada leitura dos fatos nem dos atos, quanto menos de assim divulgá-los. Não aceitam que a informação não lhes pertença mais com a exclusividade do passado, tentam até criminalizar quem faz uso das novas formas e meios de comunicação que hoje estão nas mãos e mentes de todos, bastando para tanto um simples toque dos dedos.

A forma de se comunicar é agora, mais que nunca, uma decisão individual e àqueles que persistirem em lutar contra isso restará o melancólico papel de desinformar.


Marcelo Augusto Portocarrero é engenherio civil/UFMT.
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