Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Opinião

Evoé, Cuiabá Vest, Evoé!

Que o prefeito de Cuiabá é um neoliberal ardoroso não há dúvidas e, portanto, ferrenho defensor do Estado Mínimo.  Mas, infelizmente, o voto em Pindorama e, também, nas terras de Rondon, pouco ou nada possui de ideológico. Fazendo assim com que se eleja o que é detentor de mais recursos financeiros. Além disso, o que se promete durante a campanha é facilmente esquecido durante o mandato. Outra “tradição” da política brasileira é a de não dar continuidade  a projetos (mesmo que interessantes e importantes) de governos anteriores. E quando o fazem trocam-lhe, no mínimo, o nome. Mauro jurou que manteria o Cuiabá Vest, depois afirmou que o transformaria em outra coisa que ninguém de nós educadores entendeu e, finalmente, vai extinguir o maior e melhor projeto de inclusão social de Mato Grosso, quiça do Centro-Oeste. 

Os argumentos do alcaide para a extinção do Cuiabá Vest são falaciosos: primeiro, não é obrigação do município; segundo, para investir na construção de creches; terceiro, o município  investe 27% no ensino fundamental. A primeira falácia: “Não é obrigação do município”, claro que não; mas não impede que a prefeitura desenvolva a atividade, desde que não retire verbas do ensino fundamental. O segundo sofisma: “Investir na construção de creches”, talvez a maioria da população não saiba, porém o governo federal possui um programa específico para a construção dessas creches. Vejamos as palavras da presidente Dilma “Nós iniciamos uma grande revolução", disse a presidente ao se referir a (sic) mudança na postura do governo de não deixar a cargo das prefeituras a tarefa de construir creches. (ig.com.br). O terceiro ardil usado para o desmantelamento do Cuiabá Vest é que o investimento de 2% a mais na educação. Desde a época do prefeito Wilson, Cuiabá já investia esse percentual, além dos 25% constitucionais e ainda foi possível criar e manter o cursinho com resultados exuberantes e sem grande incremento na receita. 

Quem sabe meus parcos leitores podem pensar que estou defendendo, numa crise de comunismo infantilizado, o Estado Máximo. Não, não mesmo: acredito no Estado Necessário, em outras palavras, na atuação do estado naquilo que for premente e caro à população. Como é sabido por muitos, tive o privilégio de materializar  o sonho Cuiabá Vest ( sonho de uns poucos professores, como Wilson Santos, que enxergavam a necessidade de um pré-vestibular gratuito e de qualidade). Assisti e denunciei o descaso com esse importante projeto da prefeitura de Cuiabá. Mesmo ao vê-lo manco, acreditava que a “visão de excelência” na prestação do serviço público do empresário Mauro Mendes pudesse devolver ao Cuiabá Vest seus dias de glória. Enganei-me totalmente. 

Faz tempo que penso em apontar alguns equívocos da atual gestão; todavia, preferiria fazê-los direta e pessoalmente ao prefeito, como isso não me é possível; eis um apenas para se pensar: “Programa Novos Caminhos: 300 km de asfalto novo e 500 km de recapeamento até 2016”. Campanha publicitária da prefeitura sobre futuras obras, aí a nova marca de eficiência: “cacarejar antes de botar o ovo”. Será que o que se gastou com propaganda extemporânea não daria para custear o Cuiabá Vest? Não precisa explicar, eu só queria entender. 

Sérgio Cintra é professor em Cuiabá e presidente estadual do PTdoB sergiocintra@terra.com.br

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