Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

A luta contra as drogas e o preconceito enraizado

O caso da ex-modelo Mato-grossense viciada em Crak serve de alerta e chama atenção para algo muito pior em nós: O Racismo Implícito

A Cracolândia, local onde muitos viciados se reúnem para consumo de entorpecentes principalmente o Crak que se formou em Cuiabá e em várias cidades de Mato Grosso é povoado por pessoas oriundas de vários segmentos e classes da sociedade, mas o caso da ex-modelo mato-grossense Loemy Marques tem me chamado a atenção pelo fato de como a mídia se interessou por ela, e não por outros “INVISÍVEIS” que existem aos montes, será porque são em sua maioria pessoas desprovidas da “beleza” entoada nos comerciais, pois são pobres, feios e desdentados? Ou porque nos vimos naquela situação, onde “um dos nossos” esta em situação de penúria, se prostituindo para compra da droga e precisamos urgente fazer algo para tirá-la dali?

Existe algo muito pior que o racismo por trás deste caso, e poucos querem enxergar. É fácil dizer que a ex-modelo viciada em crack só causa comoção por ser branca, mas algumas observações podem questionar esta afirmação: 1) Numa gravação num lixão em 2004, a atriz Giovanna Antonelli se emocionou ao encontrar por acaso uma catadora negra muito bela, e ajudou espontaneamente para que ela pudesse ganhar a vida como modelo. 2) A escrava que entrou para a história com o nome de Xica da Silva e virou lenda por ter se tornado a esposa do comendador das minas e dona de uma imensa fortuna também impressionou seu antigo senhor pela beleza, a ponto de seduzi-lo e fazê-lo enfrentar a sociedade escravagista, assumindo casamento. 3) Um dos traficantes capturados pela polícia nas ações de pacificação de 2010 no Rio de Janeiro era negro, e inegavelmente estava dentro dos padrões de beleza desejados pela sociedade. Em pouco tempo, várias agências já o disputavam para desfiles, principalmente por ter sua pena sido reduzida e poder trabalhar. O QUE COMOVE FALSAMENTE, NESTES CASOS, é a beleza e sua possibilidade de ser explorada, seja sexualmente ou comercialmente em marketing ou campanhas. Qual empresa de beleza ou de moda não deseja estampar a propaganda de ter transformado uma mendiga numa mulher bela, quando na verdade ela só estava maltratada? Qual apresentador não quer posar de caridoso e alavancar a audiência dando um trato e fazendo ressurgir uma beleza que parecia extinta? Então, meus caros pensantes, antes de gritar que o preconceito racial é a explicação para falsas piedades, analisem mais a fundo e percebam, até pelos exemplos que dei que a questão é bem mais cruel. Não importa se a pessoa seja negra ou branca, homem ou mulher. Se tiver beleza e puder ser explorada nesse sentido, ela interessa aos grandes, que ainda por cima venderão a imagem de filantropos. O racismo realmente existe, mas o interesse material consegue superar preconceitos e só enxerga lucro em pessoas que podem servir como objetos. Enquanto isso, milhares de jovens “nóias” brancos, negros, mulatos, oriundos de família rica ou não, continuarão perambulando pelas ruas.

MAX MAGNO DE CAMPOS É SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL E MILITANTE POLÍTICO JOVEM.

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