Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

529 mil tiraram zero na redação

A chamada em questão pode causar perplexidade e espanto a muita gente, porém, para quem milita nessa área tão importante a mola mestra do crescimento econômico de um país, tendo como pilastra de sustentação a educação cognitiva; está careca de saber, que a coisa vai de mal a pior. Prova inequívoca disso, foi o resultado catastrófico e vexatório da prova de redação, com quinhentos e vinte e nove mil zeros,  alcançados pelos alunos, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que mede de verdade a capacidade de conhecimento cognitivo dos alunos, de forma abalizada, uma vez que, os expõe a redigir um texto, com título desconhecido, e que muitas vezes, foge dos padrões habituais ensinados nas escolas públicas e privadas.

Não se trata de caça às bruxas,  muito menos retaliação ao processo de ensino e  aprendizagem proposto em nosso país, onde nossos governantes procuram ao máximo reproduzir processos oriundos de países desenvolvidos, aonde os modelos econômico e social, são  diferentes do nosso, em razão de uma série de atribuições.

A implementação de políticas públicas de governo é algo importantíssimo, porém temos que ter muito cuidado com a efetivação e  execução dos mesmos, para que não criemos verdadeiros abismos sociais.

Um deles conhecido por todos, Programa Bolsa Família, é a galinha dos ovos de ouro do Governo Dilma Rousseff (PT), visando aumentar o número de matriculados de 1ª a 4ª série, e de 5ª a 8ª séries, hoje  denominados de ciclos, que no popular, trata-se do conhecido ensino fundamental.

Essa mudança, não foi apenas na nomenclatura, foi uma mudança substancial uma vez que, o ensino fundamental nas escolas públicas, passou a ser ciclada, respaldado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que veio substituir a Lei 5.692/71 promulgada na época do regime militar.

O problema da escola ciclada,  está em suas atribuições, uma vez que este modelo preconiza um elemento perigoso ao sistema de ensino e aprendizagem, a chamada progressão continuada,  que pressupõe que o estudante deve obter as competências e habilidades em um ciclo, que é mais longo que um ano ou uma série.
 Nesse sistema de ciclos, não está previsto a reprovação, mas a recuperação, por aulas de reforço; que na verdade, não acabam reforçando nada, os alunos seguem em frente, mesmo não tendo nenhum o conhecimento cognitivo.

Prova cabal disso foi visto no número excessivo de zeros na prova de redação, que tem um peso fundamental, tanto no Sisu como no ProUni. No caso do Sisu, ao colocar o número de inscrição do Enem no site, o Sisu fará sua média automaticamente, já sabendo dos critérios usados pela universidade que você se inscreveu, assim serão feitas as notas de corte.

No caso do ProUni, a história é diferente, a nota mínima estabelecida pelo MEC para participação no processo coletivo é de 450 (quatrocentos e cinquenta pontos) pontos na média aritmética das notas obtidas nas provas do Enem. Esta média é calculada somando-se todas as notas das cinco provas do Enem e dividindo por cinco. Ai entra em questão o que escrevemos  no início do artigo, para participar do processo seletivo do ProUni, a nota da redação do Enem,  tem que ser maior que zero, em função disso muitos foram eliminados de bate-pronto.

Agora, voltando para a realidade do nosso Estado, como tudo que foi dito até agora, estava voltado ás escolas públicas, que apresentam essas particularidades.

 Não podemos em momento algum compará-las com instituições  privadas, a exemplo, a Escola do Farina, que tem um corpo docente invejável; com um predicativo a  mais, a remuneração  avantajada, em relação á escola pública.

Pare o mundo, quero descer!
Professor Licio Antonio Malheiros é Geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)  
 
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