Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Opinião

Guarda compartilhada

Mais uma lei interferindo no esquema familiar dos cidadãos acaba de serpromulgada: a da guarda compartilhada. 

Suponho que países mais desenvolvidos nem tenham necessidade desse tipode lei, já que um melhor nível cultural proporciona um maior discernimentoquanto às condutas mais adequadas aos filhos provenientes de uma relaçãoafetivo-sexual. 

Quanto mais subdesenvolvido o país maior a necessidade de ingerência doestado nas organizações familiares de seus habitantes. 

Ele esquece, porém, que o foco principal da questão é a criança. Comoela não tem poder decisório passa a funcionar como um joguete na mão de paisinescrupulosos, incapazes de priorizar o seu bem estar. 

Pela própria fisiologia feminina a mãe tem sempre laços mais profundoscom as suas crias. 

Os pais, mais preocupados com a sobrevivência da célula familiar,mantêm-se mais afastados em função de seus atributos de provedor. 

Dessa forma, a criança, normalmente, cria elos afetivos mais profundoscom a mãe, principalmente nos primeiros quatro anos de vida. 

Com a revolução industrial a mulher foi inserida no mercado de trabalhopassando assim a desempenhar uma tarefa dupla, a de mãe e a de provedora. 

Atualmente ela já domina 50% desse mercado. 

Em função dos laços biológicos fortes, no casal, a mulher permaneceproeminente em termos afetivos, não raro determinante do comportamento éticodaquele futuro adulto. 

O homem, quando de uma separação, geralmente começa a prover novasfamílias e consegue se desligar mais facilmente de laços anteriores. Isso, deum modo geral. 

A criança, fruto do primeiro relacionamento, nem sempre é aceita peloscomponentes dessa nova família formada pelo pai, o que a tornará insegura edesconfortável. 

Bem mais lúcido seria fazer uma avaliação psicológica dessa criança natentativa de buscar as suas preferências afetivas ao invés de querertransformá-la num objeto de disputa para qualquer um dos pais, principalmentepor imposições legais. 

Leis desse tipo nada mais fazem do que aumentar as pendências e asdesavenças familiares e, mais do que isso, contribuem para transformar pequenosseres em futuros adultos neuróticos, párias sociais. 

Ideal seria que toda pessoa que se dispusesse a formar uma famíliativesse a dimensão da responsabilidade no futuro de seus rebentos e que no casode uma separação futura priorizasse o absoluto bem estar deles, inclusive emdetrimento de suas vaidades pessoais. 

Entretanto, vivemos numa sociedade promíscua, pouco ética eprincipalmente pouco esclarecida que, lamentavelmente, tem pouco ou nenhumacesso à educação. 

Uma coisa é certa, aumentará, e muito, o movimento das bancas de direitode família. 

Gabriel Novis Neves
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