Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

Inventores

Somos exímios “inventores dos inventados”. Poderia escrever longos artigos hilários sobre esta especialidade tão brasileira. 

Por pertencer à área da saúde pública, presto a minha homenagem à nossa grande invenção, que foi a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o maior e mais perfeito plano de saúde do mundo, no dizer de um ex-presidente da República. 

Sem a menor cerimônia, nos apropriamos de um modelo inglês de atendimento médico de abrangência universal e gratuito. 

Esquecemos, porém, de um pequeno detalhe ao implantarmos este tipo de sistema por aqui: faltou importar os ingleses. 

Parece jocosa a colocação, mas, a realidade, é que somos preconceituosos. A classe média não aceita ser tratada como pobre, e o SUS original propõe atendimento médico igual para todos. 

O SUS é visto por nós como um plano de saúde para atender a população carente, e a classe média tem repulsa em ser tratada como tal, embora viva necessidades na saúde, educação, emprego, segurança e transporte. 

Surgiram então os tais planos de saúde privados para atender a sempre crescente demanda desse segmento social. 

Na visão caolha desta decadente sociedade de consumo, o plano de saúde privado é visto como sinal de status social, como a aquisição de um celular pré-pago. 

Certos planos de saúde vendem malandragem e esperteza, fazendo o iludido usuário mofar nas longas filas de espera para marcar uma simples consulta ambulatorial, demonstrando assim ao incauto a pobreza dos seus direitos. 

Com a recessão econômica que acometeu há quatro anos o nosso país, causada pelos “inimigos internos”, há uma forte migração para o SUS, totalmente desestruturado. 

Consultas básicas ainda são realizadas gratuitamente em Centros de Saúde e nas moderníssimas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento e Assistencial), sendo este espaço ocupado, basicamente, por gestantes, crianças e idosos. 

Uma modernização por parte do governo na agenda das consultas nos PSFs e serviços auxiliares, fará com que grande parte da população perceba o equívoco do desperdício de dinheiro com um plano de saúde privado e passe a se utilizar do SUS. 

Combateremos o preconceito contra os pobres e ampliaremos a oportunidade de um bom atendimento médico para todos. 

Vontade política é o gatilho a ser apertado neste “início de governo de novas mudanças”. 

Gabriel Novis Neves
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