Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Opinião

Moro e a Operação Mani Pulite

Mais claro a cada dia o que quer o Tirano Moro da República do Paraná. Sua pobre biografia o encaminha para os Estados Unidos. Homem notoriamente de pouca cultura jurídica e quase nulo em termos de cultura geral, recebeu treinamento nos Estados Unidos para lidar com problemas brasileiros.
  
Há muito tempo ele sonhava com a Operação Lava Jato até que esta, em queda livre, caiu em suas mãos. No início dos anos 2000 o Tirano do Paraná fez um estudo intitulado "Considerações sobre a Operação Mani Pulite", uma espécie de Lava Jato ocorrida na Itália a partir de 1992.
 
Neste estudo, aprendeu muita coisa questionável que vem aplicando consistentemente na Lava Jato. A primeira coisa que aprendeu foram as técnicas para desestabilizar o quadro político nacional. Assim como a Mani Pulite arrancou do mapa político italiano a Democracia Cristã, o Partido Socialista Italiano e o Partido Comunista Italiano, o primeiro objetivo do Tirano da República do Paraná é arrancar do mapa da política nacional o Partido dos Trabalhadores e demais partidos que estão à esquerda do PSDB. Basta ver a seletividade nas ações do Tirano. Na Itália, os vários partidos de comando entraram em colapso, tanto os de direita quanto os de esquerda. Aqui, ele tenta destruir apenas as forças à esquerda do PSDB.
 
Outra coisa que aprendeu é como deslegitimar o sistema político. O tirano observa que na Itália, "o processo de deslegitimação foi essencial para a própria continuidade da operação mani pulite" e que "a deslegitimação do sistema político foi ainda agravada com o início das prisões e a divulgação dos casos de corrupção" para concluir que "as investigações mani pulite minaram a autoridade dos chefes políticos e os mais influentes centros de poder".
 
Na Itália, a deslegitimação tinha o objetivo de chegar ao ex-primeiro ministro Bettino Craxi e processá-lo judicialmente. Ora, é evidente que o sonho do Tirano é chegar ao ex-presidente Lula e processá-lo criminalmente ou prendê-lo sem processo algum.
 
Outra coisa que o Tirano aprendeu da Mani Pulite são as prisões pre-julgamento, a manipulação da opinião pública em favor de suas ações para usar como trunfo de legitimidade, a que o tirano chama de "legitimidade direta".
 
A postura pessoal é manter nenhuma deferência em relação ao poder político e crescer na consciência de que os políticos têm aliança com o crime organizado. É assim que se vai criando, sem nenhuma responsabilidade, como demonstraram as recentes pesquisas, um ceticismo em relação a todo e qualquer político e a todo e qualquer sistema político.
 
Por fim, as técnicas de tortura para as confissões. Neste ponto, para quem gosta de se indignar, vale a pena ler o artigo do tirano e perceber como tem colocado em prática o que supostamente viu na Operação Mani Pulite. A primeira delas é submeter os suspeitos a pressão para que confessem.
 
O que aconteceu na Itália é o que vai acontecer no Brasil. A corrupção aumentou vertiginosamente com a deslegitimação dos partidos. Basta ver hoje, enquanto escrevo esta coluna, as ações da invencível Mafia Capitale na cidade de Roma. A democracia foi terrivelmente fragilizada e o poder caiu nas mãos de um barão da televisão, Berlusconi, que tem se revelado um dos homens mais corruptos do mundo. Se não for freado, o Tirano Moro e seu desrespeito ao poder político levarão o país ao precipício e às masmorras de uma ditadura nazifascista.
 
Paulo da Rocha Dias é jornalista e professor do Curso de Jornalismo da UFMT.
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