Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Opinião

O Judiciário e o golpe

Mesmo sendo fãs de futebol, os irlandeses tem uma seleção insignificante. Mas conseguiram levar avante uma atuação maravilhosa na Copa do Mundo de 1990, na Itália. O técnico, Jack Charlton, criou um mote que era repetido por todos os irlandeses: keep them under pressure!Literalmente isto quer dizer: mantenha o adversário constantemente sob pressão. Uma espécie de guerra psicológica constante contra o adversário. É isto que Judiciário, a Polícia Federal e os vampiros de Curitiba tem feito em relação à Presidenta Dilma.

O Vampiro Mor, Sérgio Moro, não vê nenhum óbice moral em manter os nossos líderes do Poder Executivo em permanente posição humilhante, em permanente pressão, tendo constantemente de responder a acusações e de ter a sua agenda política definida por outros. 

Além da direita política, é o Judiciário que não tem deixado a Dilma governar. Interfere constantemente nas decisões, como acabou de fazer agora em relação ao novo e simpático Ministro da Justiça. Ao manter a Dilma sob pressão constante, desfazendo todas as suas decisões, inclusive aquelas relacionadas à Reforma Agrária, o Judiciário Brasileiro atravessa o Poder Executivo e se constitui como uma ditadura clara e perfeita.

Num governo de esquerda, a direita e seus ladrões amestrados procuraram dar "autonomia" a todos os órgãos e poderes. Como bem disse nosso eterno Lula, somente a Dilma não tem autonomia para governar. Seria um desastre a Polícia Federal transformada em Polícia Política no estilo SS nazista ter a autonomia que vem pedindo por meio de emenda constitucional em discussão no Congresso. 

É igualmente um absurdo um Judiciário sem nenhum controle externo. O Conselho Nacional de Justiça não passa de uma farsa, pois seu presidente é sempre o presidente do STF em turno. Não há controle externo. Fazem o que querem, emitem pareceres sem mesmo conhecer a Constituição Federal, como o fez esta senhora da 7ª Vara em relação ao Ministro Aragão. É o Judiciário que tem transformado o nosso governo em um caos. E se caracteriza cada vez mais como um poder leniente e acovardado quando as questões se referem a pilantras como Eduardo Cunha e seus comparsas.

Se o golpe vingar, a Operação Lava Jato cessará no dia seguinte. Os juízes, todos filhotes das elites econômicas do país, agasalhar-se-ão sob as asas de um poder que lhes agrada e cairão no anonimato como estiveram durante toda a nossa vida republicana. Apenas degustando os imensos salários que tiram de nossas parcas economias.

Por outro lado, quando se ouve falar que o STF é o último bastião da democracia e da cidadania, corre em nossos olhos um raio de esperança de que este STF possa barrar o golpe. Se não o fizer, o povo o fará nas ruas. Temer, traidor e usurpador, não terá um dia de sossego. Cresce a cada dia o número de pessoas nas ruas gritando contra o golpe e em defesa da democracia. A juventude, sobretudo a juventude, vai compreendendo passo a passo o que é a crise que atravessamos. Golpe é golpe. Mesmo quando é apoiado e articulado pelo Judiciário, via Operação Lava Jato.

No passado, as elites se ajuntaram aos militares para sazonar o ódio contra Getúlio Vargas e o seu PTB. O molde é o mesmo. Hoje elas se ajuntam ao Judiciário. Havia naquela época um homem que foi fiel a Getúlio do começo ao fim. Seu nome era Tancredo Neves. Caiu o Getúlio, passaram-se os anos, entrou o João Goulart, Tancredo Neves, foi seu Primeiro Ministro naquele Sistema Parlamentar. E ficou primeiro Ministro até o golpe que jogou Jango no exílio. Passados vinte anos de ditadura, acreditando as elites e os militares que o Getulismo e o PTB estariam totalmente esquecidos, devolvem o poder que usurparam. Ironia. O Presidente seria Tancredo Neves. O único recurso foi assassiná-lo e colocar o Sarney no lugar. Será assim com o Lula. Quando acreditarem - Judiciário, Polícia Federal e Vampiros de Curitiba - que o Petismo e o Lulismo estariam definitivamente enterrados, o Lula vencerá as eleições presidenciais. Um pesadelo para as elites fascistas de nosso país.

 

*Paulo da Rocha Dias é Jornalista e professor do Curso de Jornalismo da UFMT e autor do livro de crônicas "Um chapéu, um cavalo branco e uma lant

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