Olhar Direto

Terça-feira, 16 de abril de 2024

Opinião

A Odontologia e a ética

Da Assessoria

A Odontologia brasileira segue as orientações de um código de ética que oferece elementos essenciais para balizar o adequado exercício da profissão – que inclui as relações entre pacientes e profissionais, bem como entre estes e destes com o ambiente ao redor.

Há 52 anos, desde a criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Odontologia (CFO e CROs) no dia 14 de abril de 1964, compete aos conselhos supervisionarem a ética profissional em todo o país, cabendo-lhes zelar pelo perfeito desempenho ético da Odontologia e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente.

Ao propugnar a harmonia da classe e o exercício ético da profissão, o conselho contribui para o favorecimento da saúde bucal da população brasileira. Como não é possível dissociar a “saúde bucal” da “saúde geral” de um indivíduo – visto que, mais do que complementares, elas são partes de um todo – o sistema dos conselhos de odontologia, há mais de meio século, trabalha e preza pela promoção da qualidade de vida dos brasileiros.

Entretanto, assim como em diferentes setores da sociedade, a odontologia é sujeita ao contexto político e econômico no qual está inserida. Em momentos de crise e recessão, os profissionais de odontologia são igualmente afetados e, por conseguinte, também o são aqueles que necessitam de cuidados odontológicos.

O quadro de instabilidade pelo qual o país atravessa – provocado pela dificuldade com que o governo federal tem encontrado para administrar a economia do país – associado à crise institucional promovida pela investigação de ilegalidades praticadas por membros proeminentes do executivo e do legislativo brasileiro, tem afetado diretamente a classe odontológica.

A retração do mercado e a redução do poder de compra da população têm afastado os pacientes dos consultórios. Apesar dos brasileiros entenderem que o tratamento odontológico é uma necessidade e não um luxo, o orçamento limitado faz com que os itens de necessidade básica tenham prioridade em suas vidas.

Na rede pública, a redução orçamentária provoca a diminuição de investimentos em novas unidades de saúde. Com isso, deixam de ser criados novos postos de trabalho que ampliariam o acesso da população à assistência odontológica. A manutenção das unidades existentes também se torna precária e penaliza novamente aqueles que mais precisam delas: os usuários sus-dependentes, que tem dificuldade de acesso à rede privada de saúde.

Sendo assim, convido a classe odontológica, bem como toda a população que sofre com a atual situação brasileira, a se posicionar e exigir de nossos gestores e parlamentares a retidão de conduta e obediência aos preceitos éticos que são esperados dos nossos representantes. Prezar pela ética também é prezar pela saúde.

 *Luiz Evaristo Ricci Volpato é cirurgião-dentista e presidente do Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO-MT)
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