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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

A tocha Olimpica sem chamas

Divulgação


 
"Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, para que não suceda de que eles as pisem com os pés e que, voltando-se contra vós, vos dilacerem." — Livro de Mateus, C,7,.V, 6.
 
O Brasil é o país da piada pronta e parece que fazemos questão de reforçar isso a cada ação que requer um pouco de zelo e liturgia. As Olimpíadas, conhecida como o maior espetáculo da terra, não tínhamos ainda condições para promover evento de tal monta, mas o fizeram por nós e agora esta aí. Teremos que, de uma forma ou outra, cumprir com dignidade nosso papel de anfitrião. O marco inicial é a chegada da Tocha Olímpica ao país sede. Ela chegou e já esta percorrendo o território nacional.
 
A Tocha Olímpica, ou Fogo Olímpico, é um importante símbolo das Olimpíadas. Comemorando o roubo do fogo do deus grego Zeus por Prometeus, sua origem reside na Grécia Antiga, onde o fogo era mantido por toda a celebração nos Jogos Olímpicos da Antiguidade. A Tocha Olímpica, com seu significado ancestral, foi reintroduzida nos Jogos Olímpicos de 1928 e faz parte das Olimpíadas Modernas desde então. O percurso da Tocha Olímpica foi introduzido nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936.
 
Atualmente, a Tocha Olímpica é acesa vários meses antes das Olimpíadas no local dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, em Olímpia, na Grécia. Onze mulheres, representando o papel de sacerdotisas, realizam uma cerimônia na qual a Tocha Olímpica é acesa pela luz do sol com seus raios concentrados por um espelho parabólico. O revezamento da Tocha Olímpica termina um dia antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
 
Ela chegou no Brasil em um momento turbulento da política nacional. A presidente que a recebeu (Dilma Rousseff) já perdeu o posto. Me parece que ao ser tocada por Dilma e direcionada pelos demais presidentes (comitês, federações, confederações e apaniguados) a tocha também perdeu o brilho. Por onde ela anda e como anda não sei e talvez nem você, leitor, saiba.
 
Não sabemos porque está andando em mãos erradas. A tocha é para ser carregada por atletas, ex-atletas, esportistas com serviços prestados e devidamente comprovados, por bravos professores de educação física, treinadores das diversas modalidades... É para estar nas mãos de quem pulsa, respira e transpira o esporte. É isso que está ocorrendo?
 
Infelizmente ela esta passando pelas mãos de políticos, jornalistas, radialistas, apresentadores de TV que sequer são da área do esporte, primeiras damas, filhos de apaniguados, artistas nem sempre confiáveis, cantor sertanejo, religiosos e anônimos cuja significância nem quem indicou sabe explicar. Este é o país de quem indica.
 
Muitos dos nossos heróis de grandes conquistas, olímpicos ou não, da luta diária para fazer esporte e salvar crianças das diversas vulnerabilidades, como os professores de educação físicas e os treinadores espalhados Brasil afora, gente que sequer vai chegar perto desta tocha, não foram chamados, não foram convidados. Por isso seu fogo não brilha, sua luz não clareia e sua chama não aquece. Pobre gente que preside, mas não estuda, não entende e por isso não sabe e nem sente o valor das coisas conquistadas.
 

Para registrar minha indignação, quero terminar este texto usando a frase da australiana Isis Holt, de 14 anos, que ao vencer a prova de 200m classe T 35, para atletas com paralisia cerebral com recorde mundial, afirmou aos dirigentes: "Minha eficiência é muito maior que minha deficiência"Que nossos atletas possam vociferar esta rabularia aos dirigentes brasileiros.

 
*João Edisom de Souza é professor em Cuiabá e cientista político
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