Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

Até tu, consignado!

A roubalheira exacerbada em nosso país, nos causa vergonha de sermos brasileiros, pois a cada dia que passa, surge nova modalidade de crime, contra a população brasileira. O processo evolutivo, nos modelos de: corrupção, roubalheira, malversação de dinheiro público; a cada dia que passa, ganha novos contornos, lesa-pátria. Descoberto agora, uma nova modalidade de golpe, nos empréstimos consignados, obtidos pelos servidores  públicos federais, tanto os da ativa, quanto  os inativos, aposentados, pensionistas e por ai vai.  Dentre as inúmeras operações, de combate à corrupção, surge agora, Custo Brasil, que faz jus ao nome, pois o custo causado ao grande número de brasileiros, que já se encontravam   endividado, ao recorrerem a essa modalidade de empréstimo consignado, acabaram sendo roubados vergonhosamente, em dose dupla.
Segundo, Ministério Público Federal (MPF), o escritório ligado a Paulo Bernardo, que foi ministro do Planejamento do governo Lula e das comunicações no primeiro governo Dilma Rousseff, foi preso na quinta-feira (23), acusado de integrar uma organização formada para fraudar um serviço de gestão de crédito consignado a funcionários públicos, segundo o MPF  ele teria recebido a bagatela de R$ 7 milhões.

Como funcionava o engendramento das manobras sórdidas e vergonhosas, envolvendo míseros empréstimos de servidores públicos, principalmente os aposentados, ao serem roubados, muitos  se endividaram, a ponto, de não sobrar dinheiro se quer, para comprar seus remédios.

Vamos ao golpe maquiavélico  engendrado por pessoas cultas, letradas, que acreditavam piamente na impunidade.

O golpe funcionava da seguinte forma, para cada mensalidade paga pelo tomador do empréstimo, a consist empresa de tecnologia da informação (TI), responsável pela gestão de crédito consignado, a servidores públicos federal, cobrava R$ 1, dos quais apenas R$  0,30 correspondiam de fato ao custo de seus  serviços. O restante R$ 0,70 era propina distribuída a pessoas que integravam  do primeiro ao terceiro escalão do Ministério do Planejamento.

O esquema dessa fraude movimentou R$ 100 milhões em propina, entre 2010 e 2015, desse montante segundo, o Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), recebeu mais de R$ 7 milhões.

Infelizmente, essa modalidade de crime o chamado “Crime institucionalizado”, não é de agora, basta voltarmos ao passado, para lembrarmos que não é a primeira vez que misturaram roubalheira com empréstimo consignado.

O caso BMG, o banco que, segundo apurou a Procuradoria-Geral da República durante o mensalão, foram simulados empréstimos de R$ 43 milhões ao PT. Lula assinou uma lei, 2003 que criou facilidades excepcionais para aquela instituição bancária se credenciar para oferecer empréstimos consignados a aposentados e pensionistas do INSS, eles apenas aperfeiçoaram essa modalidade de crime.

Iniciei o artigo falando da prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, desde quinta-feira (23); como vivemos em um país movido por Habeas Corpus (HC), eis que no dia 29 de junho, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), manda soltar o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardes.

Ninguém de sã consciência irá questionar o posicionamento do ministro Dias Toffoli do Supremo Tribunal Federal (STF), ao conceder  Habeas Corpus (HC) de ofício, mandando soltar o ex-ministro.

Agora, a pergunta que não quer calar, com relação à expedição de Habeas  Corpus (HC), será que se estivesse preso no lugar do ex-ministro  um ladrão de galinha, ele teria as mesas benesses  da lei, e conseguiria um (HC) em seis dias? Não se trata de julgar ninguém, até porque quem terá que provar sua inocência é o ex-ministro e não eu.

Pare o mundo, quero descer!

Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)
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