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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Opinião

200 Anos da Arquitetura no Brasil

Divulgação

 

O segundo centenário da Arquitetura no Brasil completa-se neste ano de 2016, do primeiro curso superior civil do Brasil, fruto principal da chamada “Missão Artística Francesa”: o curso de Arquitetura da Academia Real de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Fundada por decreto real de Dom João VI, em 12 de agosto de 1816, teve como primeiro nome o de Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Entre seus professores, todos vindos da França pós-Napoleão, se encontram o pintor Jean-Baptiste Debret, o arquiteto Grandjean de Montigny e o pintor Nicolas-Antoine Taunay, estes dois vencedores do famoso Prix de Rome, a principal láurea artística da época.

Para o Curso de Arquitetura foram compostas três etapas divididas em teóricas e práticas. Elas incluíram estudos teóricos de História da Arquitetura, Construção e Perspectiva e Estereotomia. Os estudos práticos eram compostos por Desenho, Cópia de Modelos e estudo de escalas, e Composição. Foram implantados também o curso de Pintura, Escultura.

A escola passou a ser chamada por Academia Imperial de Belas Artes com a Independência. Após passar por diversas modificações institucionais, desde os anos 1930 o curso de Arquitetura passou a compor a Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, como Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

Foi o Grandjean de Montigny, professor e arquiteto quem projetou a sede própria da Academia, inaugurada por Dom Pedro I, em 5 de novembro de 1826. O prédio foi demolido durante o Estado Novo para a construção da sede do Ministério da Fazenda, afinal erguida em outro lugar. O pórtico principal do edifício de Grandjean de Montigny foi trasladado para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde se encontra.

Além de 1816, o dia 30 de dezembro de 2010 foi uma data histórica para todos os arquitetos e a arquitetura brasileira com o nascimento do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). No início éramos menos de 500 engenheiros arquitetos formados, a população era maioria rural, hoje somos mais de 100.000 arquitetos urbanistas, e mais de 200 escolas que formam mais de 7.000 profissionais por ano, e hoje somos mais de 80% população urbana.

Mas não bastam essas mudanças. E assim também veio falta de proteção das comunidades às cidades, ausência de projetos, planejamento, gestão, execução, dos profissionais que são ferramentas de desenvolvimento, para a qualidade do nosso futuro, saúde das nossas cidades, e das nossas vidas.

Com a eficácia e eficiência da arquitetura e dos arquitetos urbanistas, há a possibilidade da conquistarmos a efetividade das atribuições e competências de ambos, consequentemente do nível de qualidade que conseguimos ao planejar Brasília, e transformações sociais de Bogotá, possa ser colocado a todo e qualquer cidadão mato-grossense e de toda e qualquer cidade brasileira, principalmente "Minha Cidade, Minha Cuiabá".

Hoje, quando mais de quatrocentos cursos de arquitetura estão em atividade no país, precisamos comemorar o segundo centenário desse que foi o pioneiro dos cursos superiores civis do Brasil.


Carlos Oseko é Arquiteto e Urbanista, Conselheiro Titular (Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso), Idealizador do Movimento Minha Cidade, Minha Cuiabá.

 
 
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