Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

Turismo ou Mobilidade Urbana? Ou ambos?

A cidade dá nome ao rio, ou o rio dá nome à cidade?

Essa é uma pergunta apenas retórica, uma vez que a relação entre Cuiabá e o rio do mesmo nome é de uma verdadeira simbiose. Todavia, é fato que a relação tem sido um tanto quanto desvantajosa para o rio, mas nunca é tarde para revertermos essa situação.

Não pretendo apresentar nenhuma solução ambiental para os problemas que assolam o nosso querido rio Cuiabá. Apenas refleti que, ao criarmos formas deaproveitamento sustentável desse nosso patrimônio, podemos desenvolver nos cidadãos que aqui vivem uma verdadeira noção da importância de sua preservação.

Uma forma de aproveitamento que me veio à mente é o uso do rio Cuiabá para o transporte coletivo de passageiros ou, inicialmente, apenas para o passeio turístico.

Vejam só, alguém que more nas proximidades do Pari, Jardim Santa Amália, Jardim Araçá e adjacências, não poderia servir-se do rio para deslocar-se para o Coxipó, por exemplo? Estudantes poderiam ir para algumas das Universidades situadas na Avenida Beira Rio através desse tipo de transporte, entre outras utilizações.

Seria esse um devaneio? Não creio...
 
O transporte fluvial urbano de passageiros é uma realidade em muitos países, notadamente na Europa. Porque não podemos fazer o mesmo aqui, em terras (ou águas) tupiniquins?

Na região amazônica, por uma questão de imposição geográfica, a necessidade tornou tal meio de transporte muito comum, essencial para a mobilidade urbana de metrópoles como Belém e Manaus.

Porque não pensamos nesse tipo de utilização do nosso rio, que corta uma região metropolitana com mais de 800 mil habitantes?

Em  não sendo viável o transporte  coletivo, pelo  menos para turismo, penso eu, há viabilidade.

Ora,  a  Orla  do  Porto,  em construção, já  está  em nossos horizontes. Não haveria a possibilidade de incluir no projeto, se é que não o fizeram ainda, um terminal de passageiros nesse local, que promete ser uma nova opção de lazer ao cuiabano?

Imagine o potencial turístico de ir para a Orla do Porto pela manhã, embarcar para um passeio pelo nosso rio em direção à região de São Gonçalo Beira Rio, ou mesmo de Bom Sucesso, na cidade vizinha, almoçar uma deliciosa peixada e fazer o passeio de volta ao ponto de partida.
 
Pelo que li nos projetos de governo dos candidatos que concorrem nessa Eleição 2016, nada há nesse sentido.

Em meu devaneio, se quiserem chamar assim a minha ideia, isso criaria uma identificação maior da população local com o nosso querido rio: aquilo que vemos com frequência pode ser mais facilmente fiscalizado. Terminais de embarque edesembarque ao longo do rio variam desenvolvimento sustentável às margens, pois a preservação seria o carro chefe a impulsionar o negócio do turismo.

Com maior visibilidade pela população, o rio poderia ser protegido mais rapidamente de eventuais degradações em suas margens! E isso pode ser feito através de concessões e parcerias público-privadas. Todavia, o poder municipal, em parceria com a União (Marinha), deve estar preparado para regulamentar e fomentar a atividade, além de fiscalizar a segurança dos passageiros  e  a proteção  ambiental. Até  porque,  com apoio ou  não  do  Poder Público, havendo viabilidade financeira, a iniciativa privada ocupará seu espaço. Só penso que seria melhor já  definir modelos  de  exploração,  não  permitindo amadorismo e/ou adaptações precárias.

Pode ser um devaneio, mas depois não venham me dizer "porque não pensei nisso antes?

Alberto da Cunha Macedo é advogado em Cuiabá
 
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