Olhar Direto

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Opinião

Saudosismo!

Dizer que sou saudosista, seria no mínimo redundância, uma vez que, o pouco que somos e fazemos em nossas vidas, tem como norte, o nosso passado; portanto, tenho sim uma admiração excessiva pelos aspectos positivos do saudosismo. Hoje, as redes sociais exercem papel fundamental em nossas vidas, elas não são apenas simples aplicativos que permitem a troca de ideias e fotos, bate papo, onde se procura por amigos e colegas de escola e se promove encontros, incentivando relacionamentos; como também, repassam vídeos importantíssimos. Recentemente recebi um vídeo via Whatsapp, resgatando a história que permeia uma das casas de Shows mais importantes para  cuiabania, à boate Sayonara, fechada em 1989 após 33 anos de shows de renome nacional.

O que seria de nós sem um passado sem uma história, que nos permitissem lembrar os nossos entes queridos, pessoas que ajudaram no processo de crescimento da nossa cidade, não apenas com desenvolvimento; trazendo também entretenimento e diversão, sem isso, seriamos um povo sem memória.

Confesso, ao assistir o vídeo fui às lágrimas, com o trabalho magnífico desenvolvido pela Universidade Federal de Mato Grosso, através da Coordenação de Cultura da Escola de Artes, direção geral Barbara Fontes.

O vídeo, para as pessoas que tem algum sentimento nostálgico, apresenta falas fortes, que mexem  com nosso inconsciente  e nos faz voltar no tempo; relembrando,  uma casa de Shows, muito   frequentada na capital.

Nesse vídeo, a abertura do mesmo traz a música tradicional dessa casa de Shows, “Se você não vai amor, eu vou, vou a Sayonara  seja como for” este é o refrão da música que marcou época.

Em seguida, tem a fala do filho do Nazi Bucair, fundador dessa casa de Shows, Roberto Bucair, emocionado fala de um feito memorável para a época, a construção dessa casa de Shows;  sua edificação já foi demolida, porém ela ficará eternizada em nossas memórias.

Depois fala o irmão do Nazir Bucair, Ramis Bucair, que de voz embargada relembra o feito inédito do irmão e lamenta profundamente a demolição de um prédio que era referência para  cuiabania, como uma das casas de Shows mais frequentadas na época.

Depois, falaram: Lucia Palma, Neurozito, Edson Miranda, Claudinho, entre outras pessoas ligadas ao meio artístico e cultural; todos foram unanimes ao relembrar os artistas famosos, que por lá passaram, se fossemos declinar todos não sobraria espaço para mais nada.

 Neurozito, além de professor universitário é músico, em sua fala, lembrou um dos feitos memoráveis ocorridos naquela casa de Shows, quando se fez presente o cantor, Waldick Soriano (in memoriam), a casa estava lotada, o mesmo cantava a música intitulada “ Eu não sou cachorro não” segundo ele, lá do fundo alguém gritou “mas parece”, ele tirou o chapéu o jogou no chão, e disse,  quem falou suba aqui no palco, logicamente ninguém subiu, por essa e por outras,  sentimos saudades desse tempo que não volta mais.

Voltando ao século XXI, no ano de 2016 vivemos uma das piores crises financeiras no país, este feito, obrigou muitos donos de casas de Shows fecharem suas portas, uma das mais tradicionais de Cuiabá, sentiu esse impacto,  se viu obrigado a fechar suas  portas, reporto-me ao conhecido ‘Chorinho’ de propriedade do senhor Antonio Marinho de Souza Fortaleza, teve que fechar as portas infelizmente.

Felizmente surgiram novas casas, a exemplo o Restaurante e Rotisserie Trigória, situado na Av. Haiti com a Rua La Paz, no Jardim das Américas. No sábado passado estive lá, gostei muito do ambiente, não apenas pelo recinto ser bem frequentado, como também pela deliciosa feijoada oferecida.

Após a mesma, a partir das 16 h estiveram presentes, todos os integrantes do ‘chorinho’, tendo as presenças do Marinho, do Madalena (pandeirista) entre outros, fizeram um show maravilhoso.

Esse local se tornou ponto de encontra da velha guarda aos sábados; esteve presente também, o percussionista, filho do saxofonista China, Oswaldo Gori conhecido como (Osvaldão), além do médico José Antonio Albuquerque (Zé bó), entre tantos outros, momentos maravilhosos como esse, não tem preço, pois recordar é viver.

*Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)
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