Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Opinião

Governo sem fibra

Em Mato Grosso; Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul...,a cantilena acerca do equilíbrio administrativo, desde o início das gestões municipal e estadual atuais, é a mesma.  Aqui elenco o que mais se ouve de ponta a ponta: corte de gastos, ajuste fiscal interno, privatização de estatais, securitização de dívidas, contenção de despesas, demissão de servidores, reajuste previdenciário, elevação da taxação de commodities, redução horária de trabalho, entre outras alternativas banais. Digo banais, repito e explico: aqui ou nos dois rios, por acaso, alguma dessas medidas foram exitosas? A constância de pagamento das folhas foi alcançada? Os repasses obrigatórios em cada área entraram? Existem investidores interessados em papéis podres nessa febre brasileira?

Do Rio de Janeiro ouvi que querem iniciar a securitização de sua Dívida Ativa para pagar entre outras prerrogativas. Para mim não passa de mais uma tentativa em superar a depressão em tempos de receita zero. Agora pergunto: quanto a justiça bloqueou das constas, por exemplo apenas, de Sérgio Cabral e Eike Batista? Essa soma, se o governo federal não fosse frouxo poderia aliviar a pendenga daquele estado em comum acordo com os demais poderes, já que forram surrupiados da mesma fonte.

Em Mato Grosso, salve iniciativa, entretanto, usará a Arena Pantanal para abrigar salas de aulas para alunos que pensem na vocação esportiva, porque demanda e procura se confundem.  Existem políticas específicas, receita, fundos, subsídios para tal? Lembrem dos jogos estudantis e as inúmeras dificuldades para sua execução.

Alguém sabe qual é a monta que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) arrecada com as multas de todas as esferas de poder e gestão? Alguém sabe quanto é a soma dos bloqueios de todos os envolvidos nas diversas operações por essas bandas? Um adendo: Nestor Cerveró delatou à Lava-Jato que Silval Barbosa pegou uma verbinha nos esquemas da Petrobrás. Então papai?

Outra nova surrupiada vem da Câmara de Vereadores de Cuiabá. Você acredita que a defesa do ex vereador Wilson Teixeira, 'o Dentinho', solicitou que a Justiça parcele, talvez infinitamente, a dívida de R$ 300 mil por ter recebido por um funcionário fantasma que ele mesmo nomeou? É culpa de quem? Do eleitor? Do fantasma? Ou da burocracia político-judicial? Dá licença mano?

Se eu fosse o Governador faria uma cruzada com os demais poderes, no sentido de todos esses volumes serem recreditados e executados, imediatamente, ao olho da sociedade, e assim desafogaria parte da febre da arrecadação desajudicializando o atendimento de pacientes que a recorrem.

Se eu fosse o Presidente, transformaria todos os 'ovos de Farbajé' espalhados entre todos os entes e 'omelataria' com toda fibra, as dificuldades dos cidadãos ao invés de pressionar a previdência ou alentar o trabalhador endividado e surrupiado a usar parte do FGTS para sair do vermelho. E depois?

Saídas existem. Inclusive a próxima eleição já entrou na intenção de candidatos à sua cadeira.

*Ubiratan Braga é jornalista em Cuiabá
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