Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

​O que dizer dos 25 meses da gestão Taques?

Divulgação

 
 
Os 16 governadores que assumiram o comando dos estados em 2014, com exceção dos 11 reeleitos (que não divulgariam seus dados) todos, sem ressalvas, encontraram os cofres públicos saqueados, tamanha roubalheira perpetrada pelos precursores e seus auxiliares diretos.

Apenas na transição, sem contabilizar auditorias seguintes, o cenário fiscal mostrava-se assombroso. O desequilíbrio das contas públicas, de começo, comprometeram ações iniciais e  prometidas, com casos mais graves no Rio Grande do Sul, Minas Gerais.  Hoje, pelos efeitos catastróficos do assalto ao erário, a maioria dos estados está pagando salários e fornecedores em conta-gotas e suas as gestões comprometidas.

Em Mato Grosso, a única diferença é que o ex-mandatário, Silval Barbosa (PMDB), e alguns auxiliares diretos, estão recluídos. Outros respondem a processos. 

Ao entrar, Taques verificou um quadro sombrio. Viu que nos três últimos dias de governo, Silval tinha pago empenhos, principalmente a empreiteiros, em mais de 500 milhões. Na primeira auditoria feita após a posse, os técnicos do novo governo perderam a fala ao constatar que não havia recursos para encaminhar pautas básicas e manutenção de serviços públicos. De um outro lado, o desequilíbrio fiscal de 280 milhões de reais e a obrigação de lidar com o déficit previdenciário crescente, no dia em R$ 2, 3 bilhões, não só amedrontaram o governo como engessaram alguns investimentos, alguns prementes, outros prometidos.

Ainda assim, Taques melhorou a segurança, chamou concursados, lançou duplicações e restaurou estradas, ampliou aportes na educação e saúde e saiu percorrendo o Estado a mostrar aos prefeitos a dimensão do caos.
 
Foi no ano seguinte, entretanto, que Pedro Taques experimentou o maior martírio, quando os sindicatos fizeram eclodir o movimento paredista que fez estancar e estremecer o governo. De um lado, alguns sindicatos, antes parceiros e apoiadores, se lançaram em uma campanha radical, difamatória e nociva contra o Paiaguás, exigindo reposição e vantagens salariais, sem aquiescer aos apelos de era preciso dar um crédito ao governo, até porque o Planalto exigia, ao sinalizar apoio, que os governadores não concedessem aumento naquele momento (a crise federal fermentava). 

Os sindicatos que armaram piquetes,  acamparam no centro político e fundamentaram estardalhaços eram os mesmos que cobravam , [justo mas insensato] as vantagens, mas não proviam seus próprios trabalhadores, nas suas sedes, com vantagem alguma ou os aumentos de lei. Naquela época, poucos apuraram, muitos funcionários dos sindicatos reclamavam reposições salariais, pagamentos de rescisões, e, em alguns casos, até atraso dos proventos. Enquanto isso,  seus líderes febris e festivos, com as flâmulas da CUT e centrais radicais, avançavam sobre o governo, agravando ainda mais a crise .
 
A Teoria da Mentira, cujo objetivo é impedir a distinção entre o verdadeiro e o falso e também manufaturar o confundir, iludir, enganar, tornando a calúnia senhora da razão, oferece outra particularidade: a de atrair emissores da falsidade e oportunistas, que se instalam estrategicamente para tirar proveito [neste caso eleitoral] do eventual caos que estão contribuindo para criar.
 
Na esteira de problemas criados com a greve, onde, diga-se de passagem, o governo errou no processo de diálogo, três personagens carregaram os aríetes contra o Paiaguás: a estonteante deputada Janaína Riva (PMDB), legatária do pai, o condenado José Riva, o maior responsável pelas mazelas fiscais e putrefação moral e cívica de Mato Grosso;  Zéca Viana (PDT), que sonhou, como então correligionário, obter vantagens pessoais do governo – e não as teve; e Antônio Joaquim, presidente do TCE, que, atrevidamente, usa dinheiro do tribunal para promoção pessoal e para ladrilhar a sua candidatura ao Paiaguás em 2018. Aos riscos da sua pena, cria, calculadamente, constrangimentos e obstáculos ao governo. Ora, se piorar vai ficar melhor.
 
Quaisquer parlamentares ou dirigentes de órgãos de controle têm crédito para apontar defeitos do governo com dedo limpo: esses três não. E isso, simplesmente pelo fato de criarem elementos depreciativos com intenções meramente politiqueiras. É tática que seduz somente àqueles que são cegos por não querer ver ou por não saberem avaliar a situação do Estado e os seus porquês. É a doutrina que interessa aos que preferem um Estado enlodado pelo furto e saques a um Estado que faz esforços para deixar os assaltos aos cofres público no passado e seguir seu caminho. 
 
Em face dos cofres vazios, fruto de pilhagem, das  implicações da crise nacional provocada pela instabilidade politica, o governo de Mato Grosso andou, muitas das equações herdadas foram resolvidas e novos projetos foram criados e executados. Não do tamanho que deveriam, mas os números mostram progresso em áreas estratégicas como saúde, educação e infraestrutura, até porque o baque nas finanças ainda é perceptível como também assombra, além de não estar devidamente superado.

Os salários estão sendo pagos, com dificuldades e sacrifícios, os órgãos estão em funcionamento e a vida segue. O mais reconfortante, contudo, é estar vivendo em um Estado, já há quase dois anos e meio sem roubalheira. Taques, sim, ele mesmo, ou outro que vier a governar Mato Grosso a partir de 2018 terá cenário ideal para encaminhar melhor os projetos e dar ao sucessor a condição de estado governável. Financeira e moralmente.​

*Jorge Maciel é Jornalista em Cuiabá

 
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