Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

Férias dos ‘filhos do quarto’

As férias são realmente períodos especiais da vida de todos nós, imagina para nossos filhos.

É aquele período de dormir e acordar mais tarde, não ter afazeres escolares, ter mais tempo para brincar, inclusive com os equipamentos tecnológicos como celular, tablet, computador e TV...ops! Será mesmo?

Se pararmos para pensar, durante as férias procuramos um hotel ou similares pensando no conforto, na qualidade, nas opções de lazer para adultos e crianças, até aí tudo bem, tudo certo!

Mas a sua realidade inclui as crianças com monitoras e vocês, pais, curtindo em outro ambiente do lugar escolhido? Se sua resposta for positiva, saiba que nossos filhos pensam nas férias como “oba! Meus pais não vão trabalhar esses dias, terão tempo pra mim”.

Nunca uma geração precisou de tanta atenção quanto a atual e as crianças estão percebendo isso antes dos próprios adultos, não só por situações globais como a baleia azul e casos de pedofilia, mas também porque até pouco tempo atrás mal sabiam o que é um quadro depressivo e hoje vêem o próprio colega de sala sofrendo com isso, sem contar a quantidade de notícias de suicídios veiculadas diariamente, onde não há mais idade para acontecer.

Mais do que escravos da tecnologia, nós estamos querendo transformar nossas crianças em uma segunda geração desse mal e embora muitas aceitem, já há um número expressivo delas na direção contrária.

Escutei esses dias de um menino de 10 anos “meu celular quebrou e não precisa arrumar, tá sobrando mais tempo pra eu jogar bola”, quase não acreditei no que ouvi, me aproximei e perguntei se realmente ele não ia sentir falta, prontamente me respondeu que não, explicando que o celular afasta as pessoas, mas ele só percebeu agora que o dele quebrou. Os pais não estavam ali jogando bola com ele (período noturno), porque estavam em casa “mexendo” no celular.

Longe de mim querer criticar a tecnologia, ela é necessária para o avanço de estudos e pesquisas para cura de tantas doenças que há por aí, a forma mais rápida de interligar famílias que moram longe, entre tantas outras coisas, mas precisa ter um freio em relação às crianças, principalmente no período de férias escolares, onde há maior liberalidade para seu uso.

A geração “filhos do quarto” precisa saber que há um mundo onde se joga bola, brinca de pega-pega, queimada, peteca, amarelinha...onde andar de skate e patins, enfim, se movimentar é “mais legal” do que subir em um brinquedo que te leva onde quer sem ao menos pôr os pés no chão.

Mas os pais desta geração também precisam ser lembrados que a atenção aos seus filhos é mais importante do que qualquer conversa ao celular, um abraço diário é melhor do que um textão gigante dando parabéns na rede social no dia de seu aniversário para que os outros leiam e principalmente, que as conversas e troca de confidências entre eles hoje, pode torná-lo um adulto muito melhor do que você.

Vale a reflexão.


Marcela Prado é ambientalista e estudiosa do Kidscoaching
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