Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

A singular mente petista

Em 22/06/2002, o então candidato à Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva escreveu a famosa “carta ao povo brasileiro”. Guiado por marqueteiros, quis criar o mito do “lulinha paz e amor” fins de afastar-se das hostes radicais do seu partido. Tratou-se simplesmente da criação de um personagem que, oriundo de um partido de raiz socialista/comunista, se apresentasse à sociedade como um representante da social democracia (centro esquerda/socialismo fabiano).

Logo nos segundo e terceiro parágrafos desta “carta”, disse Lula: “Se em algum momento, ao longo dos anos 90, o atual modelo conseguiu despertar esperanças de progresso econômico e social, hoje a decepção com os seus resultados é enorme. Oito anos depois, o povo brasileiro faz o balanço e verifica que as promessas fundamentais foram descumpridas e as esperanças frustadas. Nosso povo constata com pesar e indignação que a economia não cresceu e está muito mais vulnerável, a soberania do país ficou em grande parte comprometida, a corrupção continua alta e, principalmente, a crise social e a insegurança tornaram-se assustadoras”.

É incrível como esse texto poderia ser aproveitado na íntegra por qualquer candidato que fizesse uma nova “carta ao povo brasileiro” referindo-se agora aos treze anos de gestão petista no governo federal: promessas descumpridas, esperanças frustradas, economia arrasada, corrupção institucionalizada, endêmica e elevada ao status de financiamento de projeto de poder, crise ética profunda...

Há muito que a esquerda desistiu da “ditadura do proletariado” para chegar ao totalitarismo do insano modelo de arranjo social criado por Marx (embora ainda mantenham tal propósito em seus estatutos partidários). Os seguidores deste filósofo, que construiu uma teoria alicerçada em premissas falsas e já desmascaradas, ainda o têm como referência teórica para rechear o discurso proselitistacontra o capitalismo dos dias atuais. Sabem (embora finjam não saber) que o modo de produção capitalista (possível apenas em uma ambiente de liberdade econômica e política) é o único arranjo humano possível de criação de riqueza que pode ser apropriada por todos, na medida de suas capacidades/competências. Como esse é um dado empírico, observável e quantificável, resta a esquerda apenas a desonestidade intelectual para defenestrar um arranjo social que os sustenta enquanto teorizam contra ele.

Baseado em um “individualismo ético”, o modelo capitalista é moralmente superior ao comunismo (este sim absolutamente imoral). Volto a repetir, é o capitalismo que permite que professores esquerdistas incrustados nas Universidades Federais doutrinem jovens incautos sobre um “jardim do édem” chamado socialismo. É da parcela da riqueza produzida pelos capitalistas e apropriada pelo Estado, via tributação, que são mantidos TODOS OS SERVIÇOS PÚBLICOS “gratuitos” existentes, entre eles a educação pública.

O pensamento esquerdista como visão de mundo não surgiu do “povo”. Marx era burguês. O socialismo Fabiano foi gestado por intelectuais burgueses da Inglaterra. Na verdade, o povo não sabe o que é socialismo/comunismo, esquerda e direita. Os intelectuais sabem e fornecem a matéria prima para que os políticos (com a arte da retórica) vendam ao povo a panaceia desse modelo de sociedade.

A esquerda não gosta do povo, utiliza-o como massa de manobra. Não querem e não podem eliminar a pobreza, como falsamente pregam, por um motivo muito simples. O modelo de produção que defendem não cria riqueza. Mantém uma pobreza perene. Como vivem em sociedades capitalistas, por definição, precisam agredir o sistema, embora saibam que precisam dele para financiar suas ideias. Pergunte a um esquerdista estudioso onde estavam Lênin e Trótski em 1917 e quem os financiou para fazerem a revolução bolchevique em outubro de 1917? Palavras do próprio Vladimir Lenin no relatório do Partido Comunista Russo de 15 de março de 1921: “Sem o auxílio do capital será impossível para retermos o poder proletário em um país incrivelmente arruinado”. A Revolução Bolchevique Russa foi financiada por grandes bancos capitalistas americanos e ingleses[1].

Ser de “esquerda” é viver o eterno paradoxo: odiar o “capital” e ao mesmo tempo precisar dele para financiar o modelo. Quando o PT inflou a política de transferência direta de renda (bolsa família) entregando em torno de R$ 80,00 por família, será que não sabiam que tal valor praticamente não altera a condição de sobrevivência destas pessoas? Claro que sabem. Mas serão estes cidadãos que os manterão (ou mantinham) no poder. E mais. Ainda é possível manipular números e construir estatísticas, como por exemplo: quem recebe bolsa família não entra no banco de dados do desemprego; passa a compor a “classe E”; saiu da miséria extrema etc.

Não se enganem com o “canto da sereia”. Todas as tentativas de implantação deste modelo levaram à fome e destruição. Os revolucionários e seus asseclas não vivem nas mesmas condições que a patuléia, afinal de contas, são intelectuais, estão muito acima do cidadão “médio” e ignorante. Como nos lembraLudwig von Mises no seu livro “A mentalidade anticapitalista”, os intelectuais de esquerda nutrem um rancor, desprezo e profundo ressentimento por um sistema que permite que um cidadão com pouca instrução, mas com espírito empreendedor, estabeleça um negócio e, com trabalho, dedicação e gestão produza bens e serviços para um mercado de trocas voluntárias e enriqueça. Isto é inadmissível para uma pessoa da “academia”.

Finda a era PT, seus principais líderes estão, ou presos ou respondendo a processo criminal (“Brahma” já está condenado em primeira instância). Viveram nababescamente usufruindo dos melhores bens e serviços materiais produzidos pelo “demoníaco” capitalismo opressor. Lula foi remunerado com milhões de reais por “palestras” realizadas para grandes GRUPOS CAPITALISTAS (o Ministério Público suspeita de que foram propinas). O fato é que não é possível acender uma vela para deus e outra para o diabo. O PT fez exatamente isso. Agora, fora do poder, mostra sua verdadeira face em inúmeras situações: são intolerantes com o pensamento divergente, incitam manifestações violentas; luta armada; no Congresso Nacional (casa da democracia) impedem votações com brutalidade e atos hostis; manipulam massas desinformadas como MST, MTST e ONGs para invadirem e depredarem patrimônio público etc.

Querem outra prova da verdadeira face do PT? O “Forum de São Paulo” reuniu-se na Nicarágua dia 16 e a Presidente do PT Gleisi Hoffmann abriu o evento discursando apoio ao Governo Maduro da Venezuela. Palavras de “narizinho”: “apoio e solidariedade ao governo do PSUV, seus alidado e ao Presidente Maduro frente a violenta ofensiva da direita”. Você não está sonhando eleitor. Ela disse isso. Essa é a mesma Senhora que discursa contra o regime militar alegando que a democracia foi suprimida. Contudo, ela está sendo fiel ao programa do seu partido. Já escrevi em outra oportunidade e expliquei, inclusive transcrevendo artigos do estatuto do PT. Democracia, para essa ideologia esquerdopata, é apenas um “caminho”, ou “meio” para chegar ao fim supremo que eles almejam: o estado totalitário e o fim absoluto da democracia. Só pode existir o partido e a ideologia. Nada está acima.

O povo brasileiro quer TRABALHO e não esmola. Requer os direitos inscritos na Carta Magna, mas que somente podem ser concretizados se houver uma economia de livre-mercado criando riqueza e fornecendo ao Estado os tributos necessários para a entrega dos direitos sociais e a garantia dos direitos individuais (segurança, liberdade, acesso à justiça etc ). Nenhum governo vai entregar o que não tem. Economia não é mágica. Imprimir dinheiro não cria riqueza. Não se consome o que não foi produzido. Oferta e demanda define preços e não decreto. Se o governo gastar mais do que arrecada produzirá déficit, este gerará endividamento, aumento de juros, mais tributos, redução do PIB e, na ponta, desemprego e pobreza.

Atentemos para os discursosproselitistas! Fiquemos alerta!

 
Julio Cezar Rodrigues é economista e advogado (rodriguesadv193@gamil.com)

[1]Antony Sutton, economista e historiador, relata em uma série de livros seus que a NEP (Nova Política Econômica), implantada por Lenin, teve uma grande ajuda de empresas alemãs, britânicas, francesas e norte-americanas na construção das indústrias russas.
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