Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

A atitude das mulheres

Se a ação começa no nicho familiar, as conquistas também partem daí. É preciso pensar na condição, acima da situação.

Neste mês de agosto, onde a Lei Maria da Penha completa 11 anos, a reflexão sobre o tema, abordado no artigo anterior “Ainda há muito para conquistar”, é de grande importância para todas as mulheres, de todas as camadas sociais e de todas as faixas etárias.

Como em todos os projetos libertários, levará décadas para se conquistar de forma igualitária os direitos pleno da mulher. E quando falamos em “direito pleno”, não são as exceções que confirmam a regra, de mulheres bem-sucedidas e empoderadas, seja em qualquer nível.

Estamos nos referindo a média social do temor. Conhecido como “medo pungente”. Da mulher que se cala numa discussão com o marido, por medo da agressão física. Das eternas piadas de “mulher ao volante...”, da companheira que vota no candidato escolhido pelo marido, forjada na educação ocidental do patriarcado. Nos anúncios de emprego que exige “boa aparência”. Na educação original (no lar) de que os meninos devem namorar todas as garotas, mas a filha “é para casar”.

Evidente que são ações que demandam gerações. Mas o que pode ser feito hoje? Para começar, seria necessária a vontade política para dar parâmetros as ações.

Uma mulher violentada no seu leito por seu próprio marido, numa noite qualquer, vai a uma delegacia? A filha, espancada por um pai violento vai na delegacia? Uma mulher que ouve gritos e é empurrada contra a parede, embora ainda tenha não apanhado de fato, vai numa delegacia? A empregada que ouve reprimendas o tempo todo no trabalho, vai a uma delegacia?

O atendimento numa Delegacia especializada da mulher, o conhecido “sexo frágil” deve receber tratamento diferenciado. Ser ouvida por mulheres, atendida por mulheres e mulheres devem buscar a solução, seja no diálogo ou numa detenção do agressor.

Imagina qual será a reação de um típico ‘machão” em seu ciclo social, depois de ser algemado e preso por uma delegada mulher, chefiando uma equipe de campo repressiva formado por mulheres?

Temos inúmeras mulheres em postos chaves de comando no estado, seja em cargo eletivos ou funcionais. Mas é preciso avançar. Ir além. É preciso uma atitude focada. Ter a defesa da violência contra a mulher como prioridade. As Leis, existem. E devem ser aplicadas. Não só na repressão, como na prevenção e na formação.

Para tanto é preciso atitude, organização e unidade de ação. Atitude de mulheres em ação. Qual o seu papel na sociedade? Esperar acontecer? Ler as notícias da violência contra a mulher no Jornal ou ver na TV? Ou tomar a frente e se organizar. Começando pelo seu lar, passando pela vizinhança, alcançando sua comunidade e ampliando para o bairro, para a cidade, atéalcançar o estado? Qual sua atitude?

Se o estado deve agir, como fazê-lo agir? Mulheres, atitude!


Renata Viana é Advogada, Consultora Política associada à Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP) e apresentadora do Programa de rádio “ Mato Grosso da Gente”, na rádio Metrópole FM em Cuiabá. 
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