Opinião
Retirem os adolescentes da sala nos horários jornalísticos políticos, no momento da apresentação dos vídeos comprometedores!
Autor: Licio Antonio Malheiros
02 Set 2017 - 08:00
A chamada em questão pode parecer eufemismo, tendo em vista a complexidade do mesmo; porém nos dias atuais, com a hecatombe conhecida como colaboração premiada, feita pelo ex-governador Silval Barbosa, acabou abalando a estrutura não só da população mais politizada, como também, afetou lares cuiabanos e mato-grossenses, com mostras, de cenas fortes e vergonhosas, protagonizadas por parlamentares que deveriam salvaguardar e zelar do dinheiro público. Alguns deles aparecem em vídeos com áudios perfeitos, recebendo dinheiro de propina, colocando-os em: sacolas, malas, bolsas, o mais impactante ficou por conta da imagem do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB), recebendo dinheiro, colocando-o em seu paletó de forma atabalhoada, deixando cair parte dele no chão, as cenas são fortes e impactantes, a população ficou estarrecida e envergonhada, com tamanha desfaçatez e cara de pau dos mesmos. Como se não bastassem os flagrados em vídeos e áudios, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), o delator teria dito que 24 deputados estaduais, também teriam recebido o mensalinho ou merenda, por parte do benevolente ex-governador Slval Barbosa. A colaboração premiada feita por Silval Barbosa foi homologada no Supremo Tribunal Federa (STF).
O Brasil vive hoje, uma de suas piores crises de ordem: política, moral e institucional, protagonizadas por gestores públicos que deveriam cuidar e salvaguardar o dinheiro público com unhas e dentes, tendo em vista a situação caótica vivida pelos setores pontuais do nosso combalido governo: educação, transporte, habitação, saúde pública além da distribuição de renda desigual.
O título em questão pode parecer paradoxal, em se tratando de um professor que sou, porém me preocupa, pois a maioria dos adolescentes, ainda não tem opinião formada e maturidade suficiente para tomadas de decisões.
Ao se depararem com cenas fortes de recebimento de maços de dinheiro provenientes de propina; como eles irão trabalhar suas cabeças ainda em formação, a essa situação que transcende a tudo aquilo que é ensinado nas escolas; esse é nosso medo.
Ainda nessa mesma linha de raciocínio, para me inteirar dos acontecimentos, procuro me embasar em programas televisivos que possam acrescentar alguma coisa e nos nortear rumo aos acontecimentos atuais, com relação ao tema.
Um desses programas televisivos é formado por uma bancada eclética, tendo à mesma: professor, analista político e jornalista.
Na abordagem desse tema, um telespectador perguntou com relação à culpabilidade ou não do eleitor, no momento de votar e escolher seus representantes; se os mesmos teriam culpa ou não, em coloca-los no poder.
O interessante no processo democrático é a permissividade de ideias diferentes, até por que, a unanimidade é burra, nesse programa televisivo, surgiu esse questionamento. A bancada deu início à discussão, momento em que, o apresentador jornalista discordava do professor, com relação à compra de votos.
Não sou fisiologista e nunca serei, porém naquele momento, concordei com o professor; infelizmente em nosso país, existe uma predisposição, de que uma pequena parcela da população venda seus votos, por tudo aquilo que ele falou no programa; eu apenas acrescentaria que nesse contexto, isso ocorre, com venda famélica.
Pois o governo não investe em educação, não investindo, facilita a inserção de demagogos que usam de discursos rebuscados e retóricos, através de pessoas inescrupulosas que usam da fragilidade do eleitor, para comprar votos, dessa forma criando verdadeiras aberrações como as apresentadas nos vídeos fatídicos e vergonhosos, de pessoas, que deveriam estar fora do processo político.
Pare o mundo, quero descer!
Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)