A população cuiabana e mato-grossense está ávida por respostas dos poderes constituídos, com relação à hecatombe causada pela delação premiada feita pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 9 de agosto. Nas gravações oferecidas ao Ministério Público, em delação premiada, mostram políticos do estado recebendo bolos de notas de dinheiro, como parte de um grande esquema de propina denunciado na Operação Sodoma. Foram gravados pelo então chefe de gabinete do ex-governador, Silvio Cezar que era o responsável pela entrega do dinheiro em sua sala.

Aparece recebendo essa benesse: o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB) que colocou o dinheiro no paletó, a prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB), o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), o ex-deputado estadual Hermínio Barreto (PR), o ex-deputado estadual Alexandre César (PT), o deputado José Domingos Fraga Filho (PSD), o ex-deputado Luiz Marinho de Souza Botelho (PTB), o ex-deputado Airton Rondina "português" (PSD), Gilmar Fabris (PSD), Carlos Antônio Azambuja (PP), e o deputado José Joaquim de Souza Filho "Baiano Filho" (PSDB). Também, foi citado na delação, o ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), que governou o Estado de 2003 a 2010. Além de conselheiros do TCE-MT, que também foram citados na delação do ex-governador.

Obviamente, a população cuiabana esperava que a nossa egressa Casa de Leis, a Câmara Municipal de Cuiabá, entrasse com pedido de  abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para que o nobre prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB),  viesse a esta  Casa de Leis,  defender-se.

Fazer ou tentar fazer, algum tipo de  esclarecimento com relação às imagens vergonhosas e imorais,  veiculadas a nível nacional; momento em que foram flagrados recebendo dinheiro de propina.

Assim foi feito, porém para que à mesma concretizasse, seriam necessários 9 assinaturas favoráveis à mesma. Porém, até o momento foram contabilizadas 7  assinaturas entre os quais estão: Felipe Wellaton (PV),   Gilberto Figueiredo (PSB), Sargento Joelson (PSC), Marcelo Bussiki (PSB), Abílio Junior (PSC), Dilemário Alencar (Pros), e Elizeu Nascimento (PSDC).

É bom que se diga a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), não tem poder de polícia, é apenas um instrumento de representação popular, uma vez que trata de uma investigação conduzida pelo Poder Legislativo, que transforma a própria casa parlamentar para ouvir depoimentos e tomar informações diretamente. Agindo contrários a CPI, pressupõe: corporativismo e fisiologismo.  

Hoje quinta-feira (14), aconteceu o tysunami com epicentro em Brasília, através da Policia Federal (PF) e o Ministério Público Federal, que cumpriram mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 65 endereços.

A Operação Malebolege é uma sequência da Operação Ararath, que investiga desvio de dinheiro público e crimes financeiros em Mato Grosso, envolvendo Factorings (que compram títulos, aquisição de ativos, como duplicatas, cheques, decorrentes de vendas mercantis ou de prestação de serviços) de fachada atuavam como "bancos clandestinos" fazendo empréstimos fraudulentos.

Não quero me tornar prolixo, entre os materiais entregues à Procuradoria Geral da República (PGR), estão os vídeos mencionados  acima, mostrando deputados e ex-deputados recebendo dinheiro em espécie, algo nada habitual em órgãos governamentais.

Além dos 11 deputados e ex-deputados mencionados acima, o Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento de cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a decisão atinge o presidente do (TCE), Valter Albano, e os conselheiros Antonio Joaquim, José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis e Sergio Ricardo de Almeida, pedido este proferido pelo ministro Luiz Fux; agora, a população está à espera da delação de José Geraldo Riva.   

Pare o mundo, quero descer!


Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)