Olhar Direto

Terça-feira, 23 de abril de 2024

Opinião

Presidente em potencial

“Mãe, quando crescer quero ser Presidente da República, pra ajudar o povo brasileiro que precisa. Toda hora que a gente “ta” assistindo TV e passa de miséria, fome, falta de água, excesso de corrupção, eu quero ser Presidente pra ajudar a todo esse povo, mãe”. Acima, o sonho de uma criança que já nasceu com o espírito de querer ajudar o próximo, de querer ver seu país melhor não só pra ele, mas para todos os brasileiros.
 
A criança quem disse a frase acima é quem vos escreve, e mantém o sonho de ter um Brasil melhor para todos. Lutando, dentro de sua capacidade, para que todos consigam ver o quão bom e lindo é o nosso país, mais lindo ainda seria se não houvesse mazelas sociais que nos atingem fortemente, que só conseguem gerar mais revolta, tristeza e sentimento de impunidade.
 
Ao completar 16 anos, fui o mais rápido possível fazer meu título de eleitor, com objetivo de já participar desse movimento democrático eleitoral e ter “voz ativa” na escolha dos meus representantes políticos. Tive a sorte de ser ano de eleição e com a idade mínima permitida, 16 anos, entrar na cabina de votação, votar, e escutar aquele “Bip”, de votação concluída.
 
Mas não queria ser apenas um a mais a votar, ser mero coadjuvante do sistema, queria participar do processo eleitoral mais afundo, afinal, um Presidente deve conhecer todos os passos da democracia. Com 18 anos, estávamos minha mãe e eu assistindo à TV, depois de um intenso dia de estágio, quando passa propaganda da Justiça Eleitoral convidando a população para participar das eleições como mesário voluntário. Mais que depressa peguei meu “notebook” entrei no site do T.R.E. E fiz o meu cadastro. Fiquei ansioso, não sabia se seria convocado pela minha pouca idade e inexperiência, porém recebi em minha casa aquela “cartinha azul”, a carta convocatória, me convocando para a função de 1º secretário e para o curso de preparação de mesário.
 
No dia marcado na carta convocatória para o curso, cheguei à Casa da Democracia antes do horário de tão ansioso que estava. Me apresentei, ganhei um lanche e esperei o início do curso, conheci pessoas de todas as faixas etárias e de todas as formações que me olhavam com certa curiosidade e deveriam se perguntar : “nossa, tão novo e já foi convocado”, alguns tomaram coragem e vieram me indagar : “ você foi convocado, ou se inscreveu? ”Prontamente respondi que sou mesário voluntário, quero participar do processo eleitoral democrático, quero ajudar o judiciário nessa investida. Quem me indagou foi voltando ao seu lugar não sei dizer se pensavam “nossa que louco” ou então ficou admirado por uma pessoa tão jovem querer participar das eleições.
 
Não fui lá me aparecer, fui aprender o procedimento correto para melhor atender os eleitores da minha seção. Prestei atenção em tudo anotei o que achei importante e tirei minhas dúvidas com o professor.
 
É chegado o grande dia, 1º turno da eleição. Fui para a minha seção, iniciamos os trabalhos emitindo a zerésima, às oito horas os eleitores começaram a aparecer, uns educados, outros nem tanto. O tempo se decorreu rapidamente, fui elogiado pela cordialidade com os eleitores da minha seção, por saber todo procedimento a ser executado e também por ajudar na celeridade não havendo morosidade no decorrer das votações.
 
Ao fim de tudo ainda recebi pelo trabalho prestado dias de folga a serem compensadas no estágio. A experiência de ser mesário é enriquecedora, não só pelas folgas, mas pelo conhecimento adquirido, as pessoas que conhecemos e a oportunidade de, como cidadão, participar do sistema eleitoral eletrônico, um dos mais avançados e seguros do mundo, admirado por muitos. Que com celeridade consegue auferir os dados de votações, permitindo que no mesmo dia de tenham todos os candidatos vencedores do pleito.
 
É necessário que como aquele menino do início do texto, tenhamos a visão crítica e humilde de pensar e acreditar que cada um de nós faz, sim, diferença, fundamental entendermos que ao vivermos em sociedade é obrigação de todos buscar melhorar, mudar, cooperar, seja como mundo, nosso País ou até mesmo o bairro no qual vivemos. Parar de culpar os outros e refletirmos sobre nós mesmos, visando que a palavra convence, mas o exemplo arrasta.
 
 
Gabriel Bernard de Souza Nunes, 21, filho de mãe professora que sempre fez questão de incentivar a busca dos sonhos. Estudante de Direito e Presidente em potencial.
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