Olhar Direto

Quarta-feira, 17 de abril de 2024

Opinião

Prevenir ou remediar na gestão de crise?

As crises de gestão e ou imagem  podem acontecer de uma hora para outra e, nos últimos meses, estão quase que diariamente em destaque nos principais veículos.
 
Hoje em dia, ainda temos o agravante das novas tecnologias: em tempos de internet e de redes sociais, as empresas privadas, gestões públicas e personalidades públicas precisam ficar mais atentas, pois o problema pode tomar proporções ainda maiores.
 
De acordo com Roberto de Castro Neves, no seu bem humorado livro “Crises com a Opinião Pública”, a crise é inerente ao mundo empresarial. Porém, pode ser dividida em duas dimensões: uma interna, quando acontece, por exemplo, um grande prejuízo, uma desvalorização nos papéis, demissões; e outra, gerada por um fato negativo que afeta ou pode afetar interesses públicos e, consequentemente, vai impactar na opinião pública.
 
João José Forni acrescenta que um fato negativo vira crise quando ganha visibilidade na mídia, que, na atualidade, se tornou a ágora dos cidadãos. Um vizinho de uma empresa/indústria insatisfeito com a poeira ou com o barulho gerados pelas atividades liga diretamente para as TVs em busca de solução, tornando o problema público e criando uma crise de imagem para a empresa.
 
Segundo Isabela Pimentel (2012), o “prevenir e remediar” pode ser organizado em dois conceitos, diferenciando-se Gestão de Crise e Gerenciamento de Crise, da seguinte maneira: Gestão de crise: é composta por todo planejamento que antecede o problema. É a elaboração de planos e ações que devem ser tomadas, caso algum problema aconteça. 
 
É nesse momento que entram as técnicas preventivas, os posicionamentos pré-definidos, o treinamento dos porta-vozes, o media training, setores jurídicos , comunicação e outras definições. 
 
Gerenciamento de crise: são as providências a serem tomadas diante de uma crise já instalada. E aí há dois caminhos: se a empresa é o órgão órgão público já fez o trabalho preventivo, deve seguir os protocolos dos departamentos jurídico, comunicação e gestão de Crise; caso contrário, uma série de providências começa a ser tomada, muitas vezes, de forma atabalhoada pelo nervosismo e despreparo diante da situação.
 
Independentemente da formalização conceitual, o fato é, que temos um novo cenário na comunicação de crise com a chegada da internet, dos celulares, das redes sociais, promovendo uma mudança radical, principalmente na velocidade da disseminação de uma crise e, consequentemente, no tratamento dela. Confirmando essa perspectiva, Sandra Castelano nos lembra de que:
 
“Agora, o mundo inteiro sabe de um acontecimento logo depois (ou mesmo enquanto) ele acontece. E, como as más novas viajam tão depressa quanto as boas, as empresas e as organizações precisam planejar a maneira de lidar com a mídia nas situações difíceis. Não usufruem mais da antiga defasagem de tempo da informação” (Castelano apud Forni).
 
Diante desse contexto, podemos concluir que, apesar das duas dimensões problematizadas por nosso artigo serem importantes, prevenir é, com certeza, muito melhor que remediar. E nesse caso, vale lembrar que (…) se no passado, as crises eram contornadas de maneira heroica e folclórica ou por meios pouco ortodoxos, abafadas (…) (Forni, 2002), hoje precisa ser tratada de forma profissional. Uma gestão de crise bem planejada pode minimizar os impactos negativos à imagem e reputação de qualquer empresa evitando, muitas vezes, danos permanentes.
 
Nos últimos anos , ficou inconteste a entrada em campo no gerenciamento de crise do departamento jurídico , pois antes antes estava em jogo só o da comunicação. A área jurídica veio para dar a segurança legal e os contornos judiciais  , para que a comunicação tenha  a munição extra para restabelecer sua artilharia ,pois na maioria das vezes o setor da comunicação entrava em campo já em desvantagem . Atualmente esse cenário mudou , tendo inúmeros casos que o jurídico entrou em cena até primeiro que a comunicação, mudando totalmente o cenário , obviamente trabalhando de mão dada, deixando o caminho mais sereno e tranquilo a ser trabalhado pelos demais departamentos.
 
Existem cases de sucessos de inúmeras empresas de grandes , médias e pequeno portes , gestoras políticos , órgãos públicos e personalidades do mundo artístico , que já atuam com essas mãos de obras especializada na forma de assessorias , departamento e até já alguns órgãos que criaram diretorias e secretarias estratégicas para este fim , de tão importante é o assunto.
 
Próximo artigo abordarei estes cases de sucessos.
 
O objetivo é restabelecer o diálogo da empresa/órgão/ personalidade com a imprensa, com a opinião pública e com os demais stakeholders.
 
 
Alex Vieira Passos é Advogado , especialista em  direito do Estado , sócio do escritório Zambrim, Brito , Vieira Passos & Advogados S/
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