Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

A máquina de marginalizar pobres

Hoje aqui no Brasil existem mais de 15 milhões de pessoas vivendo em uma situação de extrema pobreza. Já o número de desempregados subiu para 13,7 milhões no primeiro trimestre de 2018. Ou seja, 1,4 milhão de pessoas perderam o emprego apenas nos três primeiros meses deste ano. Além disso, a taxa de analfabetismo ainda atingi 11,5 milhões de pessoas com 15 anos ou mais.

E para compor este quadro de subdesenvolvimento geral, segundo o DATASUS (Tecnologia da Informação a Serviço do SUS), de 2016 para cá, o número de óbitos evitáveis entre crianças de um a quatro anos cresceu 11% no país.

De acordo com um estudo divulgado na revista científica Plos Medicine, cortes orçamentários em saúde básica e assistência social podem levar em até 20 mil mortes e 124 mil hospitalizações de crianças com menos de 5 anos até 2030, caso essas políticas injustas continuem a serem adotadas pelos governos. 

Esses dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) revelam que as medidas "anti-crises" e o pacote de ajuste fiscal - forçado pelo Governo Temer, juntamente, com seus aliados no Congresso Nacional – a curto prazo, aparentemente, trouxe um alívio para economia, mas, à custa de um sacrifício desumano para o resto da população mais carente deste país.

Contudo, o tiro saiu pela culatra e hoje esses números catastróficos revelam a real intenção deste governo patrimonialista: proteger os interesses da aristocracia rentista e rural mesmo que, para isso, o povo brasileiro seja marginalizado e as minorias, de uma vez por todas, dizimadas.

Diante dessa gestão maquiavélica, para não dizer absolutista, pois, priorizou o tempo todo os interesses de uma casta de privilegiados, fica a pergunta: até quando o povo brasileiro terá que suportar um governo sem legitimidade, golpista, corrupto e corporativista que, para garantir as vontades escusas de um pequeno grupo aristocrático, vem destruindo o que resta do patrimônio público desta Nação?

Nação esta que hoje se encontra refém de uma quadrilha especializada em: dilapidar os recursos públicos; assolar o Meio Ambiente; escravizar a população com uma carga tributária injusta e impossível de ser suportada; realizar o lóbi (clientelista e fisiologista) a fim de vender o que resta das empresas públicas e dos recursos naturais, a preço de banana, para iniciativa privada.

Contudo, se não bastasse esses representantes ilegítimos, nos últimos anos, terem retirado direitos, degenerando a visão constitucional social do Estado, eles também agiram ardilosamente para promover a impunidade de seus comparsas; a fim de obstruir a Justiça.   

Nessa marcha desenfreada pela marginalização social da população mais carente, eles deliberadamente roubaram a oportunidade desses seres humanos – de serem incluídos, um dia, em um pacto de cidadania. Entretanto, a consequência dessa ambição política antirrepublicana – implementada por essa mesma oligárquica - já está ocorrendo em todos os recantos desse país.

A falta generalizada de segurança pública, infelizmente, converteu-se em pranto, em desespero e em choro para sociedade civil organizada. Desta maneira, os Entes da Federação, como o Estado e o Município, bem como o próprio cidadão de bem já estão enfrentando o caos nas ruas das cidades diante dessa recorrente exclusão social.

Contudo, diante dessas políticas insustentáveis, que atentam contra dignidade do cidadão, bem como contra os princípios do Estado Democrático de Direito, vale a pena destacar umas das frases preferidas do autor das "Diretas Já!", o estadista Dante Martins de Oliveira, que, inclusive, está gravada em sua própria lápide, localizada no Cemitério da Piedade, em Cuiabá:

"Jamais seremos um povo livre enquanto tivermos um só brasileiro analfabeto, um único compatriota desempregado, uma única criança passando fome nas ruas ou favelas".              
 

Marcelo Ferraz é jornalista e escritor.
 
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