Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

Por que não sou de esquerda?

Não sou de esquerda porque ela não revela sua verdadeira face.

Não sou de esquerda porque acredito em uma realidade objetiva.

Não sou de esquerda porque acredito em uma ordem moral que nos antecede e não é “inventada” pela razão humana.

Não sou de esquerda porque são as pessoas concretas que fazem uma sociedade e não o contrário.

Não sou de esquerda porque acredito em responsabilidade individual.

Não sou de esquerda porque não acredito na teoria do “bom selvagem” de Rousseau: não nascemos “bom” e somos desviados pela sociedade. Somos o que somos, com potencial para a virtude e o vício. Este pode ser domado por aquele.

Não sou de esquerda porque acredito na falibilidade humana.

Não sou de esquerda porque não acredito em revoluções para mudar uma ordem social existente por outra criada pela mente de algum humano “iluminado”.

Não sou de esquerda porque não acredito em “sociedade perfeita” a ser alcançada pela razão humana.

Não sou de esquerda porque tenho convicção da fraude e engodo da teoria marxista/leninista; do socialismo fabiano; do gramscismo; da escola de frankfurt e da chamada “nova esquerda”.

Não sou de esquerda porque não acredito que o “Estado” vai resolver todos os nossos problemas.

Não sou de esquerda porque acredito que a família é a célula privada que garante o único espaço protegido pela ação do Estado na formação moral dos integrantes e a esquerda quer destruí-la;

Não sou de esquerda porque acredito que a ordem é melhor do que a desordem.
Não sou de esquerda porque acredito na tradição e costumes como forjadores de valores universais.

Não sou de esquerda porque não acredito na história como uma “flecha” apontada rumo a um “progresso” inevitável; não acredito no “progressimo” e, muito menos, em “progressistas”.

Não sou de esquerda porque suas postulações não resistem ao teste do raciocínio lógico e imparcial.

Não sou de esquerda porque acredito na caridade privada antes da estatal.

Não sou de esquerda porque acredito em direitos naturais que geram deveres negativos.

Não sou de esquerda porque acredito na liberdade como uma consequência da condição humana e não como uma postulação filosófica que pode ser apropriada por uma ideologia.

Não sou de esquerda porque acredito na propriedade privada como direito inegociável e a única mantenedora de uma ordem geradora de prosperidade material.

Não sou de esquerda porque acredito que devemos defender as coisas admiráveis que herdamos coletivamente.

Não sou de esquerda porque acredito que as pessoas tem o direito natural de desenvolverem seus potenciais nessa existência em equilíbrio com os direitos naturais de seus semelhantes, o qual também estabelece seus limites morais.

Não sou de esquerda porque acedito na democracia não como meio para determinado fim, mas como um ambiente que deve ser preservado como garantidor da minha existência individual; nunca será perfeita, mas nossa missão é torná-la viável;

Não sou de esquerda porque acredito que somente trabalho “duro” gera prosperidade material;

Não sou de esquerda porque comunismo não é sistema econômico e sim uma utopia materialmente irrealizável e politicamente opressora.

Não sou de esquerda porque acredito que as bases materiais da existência são possível através das “leis” econômicas e, subvertê-las, é gerar o caos e destruição.

Não sou de esquerda porque acredito que existem o “certo” e o “errado”; o “moral” e o “imoral”; o “viável” e o “inviável”; o “prudente” e o “imprudente”; o “honesto” e o “desonesto”, independente daquilo que você venha a conjecturar.

Não sou de esquerda porque acredito que a “vida humana” tem, hierarquicamente” mais “valor” em relação a uma planta ou outro animal; o que é diferente de afirmar que não são necessárias à nossa existência.

Não sou de esquerda porque acredito em patriotismo, fidelidade, constância e firmeza como ingredientes básicos para a manutenção de uma ordem social duradoura.
Não sou de esquerda porque não acredito na hipocrisia.

Não sou de esquerda porque acredito na superioridade do conhecimento sobre a ignorância.

Não sou de esquerda porque não acredito que os fins justifiquem os meios.

Não sou de esquerda porque os fatos históricos desmentem a sua base teórica.

Enfim, não sou de esquerda porque acredito que não nascemos prontos, somos perfectíveis e dotados de consciência individual, livre-arbítrio e profundamente influenciados pelas tradições, cultura e costumes ao longo de gerações. O progresso moral, intelectual e espiritual é longo, lento, exige renúncias e não comporta “atalhos” revolucionários que o dirijam ao Édem criado pela mente de outro humano, ou, parafraseando o Professor Olavo de Carvalho, o mundo já seria muito melhor se não houvesse tanta gente prometendo melhorá-lo.
 

Julio Cezar Rodrigues é economista e advogado (rodriguesadv193@gmail.com)
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