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Opinião

Escolinha de futebol social

Murilo Santos de França

Sou cuiabano e criado no bairro Mapim em Várzea Grande, estudei todo o ensino fundamental e médio nas escolas públicas da região, fui convocado pela Força Aérea Brasileira para o serviço militar obrigatório, onde servi por 4 anos, ao fim do serviço militar trabalhei como porteiro por mais ou menos 1 ano, quando sai para ingressar na Policia Militar de Mato Grosso, atualmente trabalho no 25º Batalhão, responsável por toda a área da grande Cristo Rei, o meu interesse por entender como funciona a sociedade me levou ao curso de Ciências Sociais na UFMT em 2017.

Como policial militar eu pude ver de perto a realidade dos bairros mais carentes da região, e observei que há muitas crianças, as crianças desses locais não tem acesso a estrutura adequada para seu desenvolvimento, o que deixa essas crianças mais vulneráveis a criminalidade, é fato que desses locais é que saem a grande maioria dos criminosos, e é aí que eu pretendo ajudar, trabalhar com essas crianças antes que seja tarde demais, através do futebol pretendo ocupar o tempo ocioso delas com algo saudável, e ao mesmo tempo aproveitar esse contato para aconselhar positivamente.

Ao iniciar esse projeto me deparei com situações que me fizeram refletir, percebi que o maior empecilho para esse tipo de projeto não é a questão econômica, mas a mentalidade individualista da nossa sociedade de maneira geral, esse individualismo faz com que as pessoas não sejam capazes de conceber a ideia de disponibilizar seu tempo ou recurso financeiro, nem mesmo valores irrisórios, sem receber um retorno imediatamente, por mais nobre que sejam os fins. Por outro lado, constatei algo que resgatou o meu animo, as pessoas que se dispõem a ajudar, assim que tomam conhecimento do projeto, imediatamente nos procuram para oferecer apoio, essas constatações me fizeram mudar a estratégia na busca por recursos, de maneira que eu me desgaste menos e alcance maiores resultados, parei de “pedir” apoio as pessoas, e comecei a divulgar apenas, afinal o apoio às vezes vem de onde a gente menos espera, e assim estamos tocando o projeto e aos poucos alcançando os nossos objetivos.

O trabalho é complexo, as condições não são as melhores, mas estamos fazendo o possível para oferecer algo de qualidade, apesar de não ter experiência acredito que estamos fazendo um bom trabalho, ainda há muito o que melhorar, mas acredito que com o tempo e a experiência do dia a dia vamos melhorar cada vez mais, e ser um bom auxilio à escola e a família. Estamos usando as redes sociais (Facebook e Instagram) para divulgação do trabalho, basta procurar por “Projeto Jogador Cidadao”, a divulgação como disse anteriormente é muito importante para que possa chegar a possíveis parceiros.


Murilo Santos de França é Policial Militar, Estudante de Ciências Sociais.
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