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Opinião

Sergio Moro ministro da justiço e o desespero petista

Julio Cezar Rodrigues

O Presidente eleito Jair Messias Bolsonaro convidou o Juiz Sérgio Moro para ocupar o cargo de Ministro da Justiça. O magistrado da lava-jato aceitou. Como não poderia deixar de ser diferente, a quadrilha petista, capitaneada agora pela Presidente do partido, Gleisi (narizinho) Hoffman, imediatamente iniciou a construção de mais uma narrativa, a qual será consbstanciada com a impetração de um novo habeas-corpus em face do presidiário de Curitiba (alegarão que a ida de Moro para o ministério comprova a tese de que o juiz foi parcial e tinha motivações políticas para condenar o ex-presidente e tirá-lo da corrida presidencial). O sinismo, a hipocrisia, a desfaçatez e a desonestidade intelectual dos asseclas da seita deveria merecer por parte de todos, no mínimo, a indiferença, contudo, precisamos afirmar com todas as palavras existentes na gramática da língua portuguesa o quanto essa quadrilha travestida de partido foi e ainda é nefasta para o País.

Moro condenou Lula por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva em julho de 2017. Jair Bolsonaro ainda era apenas um pré-candidato à presidência da república e, diga-se de passagem, muito desacreditado por analistas políticos, jornalistas e intelectuais. Não havia absolutamente nenhuma situação de impedimento para Moro ser o juiz natural do processo penal de Lula. Some-se a isso o fato de que a sentença foi confirmada e aumentada por unanimidade no Tribunal Regional Federal. Ato jurídico perfeito por parte do Juiz Moro. Inatacável sob o ponto de vista legal e esse hábeas-corpus deverá merecer dos tribunais superiores a denegação absoluta.

Quanto mais as ações do presidente eleito contrariam as narrativas do PT, antes, durante e após a campanha, mais desesperados ficam para encontrar ou fabricar novas versões de fatos cuja objetividade afastaria qualquer interpretração desprovida de racionalidade ou bom senso. Ora, o “nazista” Bolsonaro já ratificou sua intenção em transferir a embaixada brasileira em Israel de Telaviv para Jerusalém, reconhecendo a soberania do Estado de Israel em definir sua capital. O “fascista” Bolsonaro quer a diminuição do Estado, já planejando o enxugamento dos 29 ministérios para no máximo 17. Lembramos aos desavisados petistas que o nazismo perseguiu e cometeu genocídio contra o povo judeu. Quanto ao fascismo, seu lema era, como repetia seu líder e fundador, Benito Mussolini, “tudo no Estado, nada contra o Estado e, nada fora do Estado”.

O convite ao Juiz Moro para o Ministério da Justiça, além dos outros nomes já confirmados, demonstram, por si só, a mudança de uma prática condenada pela população e característica da velha política: a indicação baseada em loteamento dos ministérios e secretarias entre caciques de partidos. Essa dinâmica abominável foi uma das causas do processo de corrupção que dominou o submundo da nossa república, notadamente nos treze anos e meio de governo petista e continuada no governo Temer.

O Juiz Sergio Moro consolidou-se como um baluarte, um símbolo do combate à corrupção e crimes do colarinho branco perpetrados por décadas por políticos e empresários desonestos. A prisão de grandes personalidades do mundo político e empresarial mitigou a sensação de impunidade dos poderosos que permeou o imaginário popular. Dotado de integridade, capacidade técnica e disposição para o enfrentamento do grande mal chamado corrupção e crime organizado, Moro poderá contribuir sobremaneira para criar mecanismos que fortaleçam o País na luta contra esses “tumores” que infectam e corróem os pilares da nossa democracia.

Um Estado voltado ao fornecimento de serviços básicos à população, como é o caso do nosso, exigindo, por conta dessa natureza, uma máquina estatal extraordinariamente grande e pesada, está vulnerável a ser atacada pela corrupção em grau elevado. Cabe ao Ministério da Justiça, criado em 1822 pelo Príncipe Regente D. Pedro como a então Secretaria de Estado de Negócios, desenvolver políticas e programas de combate à corrupção e lavagem de dinheiro, combate à pirataria, drogas e tráfico de pessoas, cooperação jurídica internacional, entre outras ações. Vê-se, portanto, ser o Ministério da Justiça, de importância capital na promoção e construção de um Estado moralmente viável e sólido em suas relações internas e externas.

O jornalista curitibano Alborghetti exaltou o Juiz Sérgio Moro em 2006, dizendo que Moro deveria ser o futuro Ministro da Justiça (disponível, em https://www.youtube.com/watch?v=Lq1_HcTpjkE. Acessado em 01/11/2018). Alborghetti morreu em 2009 e não pode ver seu desejo realizado. Esteja onde estiver, o combativo jornalista e apresentador de televisão paranaense deve estar feliz, assim como todos nós que acreditamos que o Brasil tem solução.
 

Julio Cezar Rodrigues é economista e advogado (rodriguesadv193@gmail.com)
 
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