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Opinião

Cuiabá 300 anos (2)

Vinicius de Carvalho Araújo

Na última semana publiquei um artigo sobre o significado e as oportunidades trazidas pela comemoração dos 300 anos de Cuiabá. Hoje quero me centrar nos seus aspectos administrativos, que tornarão possível que ele aconteça da forma que todos desejamos.

Assim como foi a Copa do Mundo 2014, o tricentenário de Cuiabá também oportuniza avaliar o lento acúmulo de ações que nos trouxeram até aqui. Ou seja, ganhamos uma segunda chance de fazer uma retrospectiva do caminho até aqui, ver a distância que ainda nos separa de outros municípios e nos reorganizar para enfrentar a jornada que se apresenta.  A grande vantagem agora é aprender com os erros do processo de organização da Copa e aproveitar todo o material reflexivo produzido e/ou organizado naquele período, sem nutrir grandes ilusões de ter “uma nova Cuiabá”.

Para fazer frente a este imenso desafio, torna-se imperativa a elaboração e implementação de um projeto. Ele deverá ter como função principal articular todas as iniciativas ligadas à comemoração do aniversário, executadas de forma direta pela Prefeitura e também pelos parceiros em outras esferas de Governo, iniciativa privada e terceiro setor. Terá esta como sua única e grande preocupação.

Um importante benefício é a profissionalização das atividades desenvolvidas, a exemplo do que pede a moderna gestão pública e como foi feito em outros municípios que comemoraram aniversários num período recente, como o Rio de Janeiro nos seus 450 anos completados em 2015.

Outro benefício resultante desta estruturação é a possibilidade de adotar um gerenciamento mais intensivo para as ações ali contidas. Como existe prazo e produtos inadiáveis, reforça a necessidade de um grande investimento em iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle. Além do aspecto gerencial, o modelo permite maior controle social sobre as iniciativas, uma vez que trata-se de algo de interesse de população não apenas de Cuiabá, mas de todo o Estado de Mato Grosso e seus coirmãos.

Deixo aqui uma proposta para contribuir com o debate. A meu ver um bom projeto nesta área deverá abranger os seguintes eixos:
 
1. Eventos - como todo aniversário os 300 deverão ser celebrados com uma série de eventos, divididos em categorias como artes, esportes, seminários, presentes, música e festivais.

2. Engajamento e mobilização – já que o aniversário é de todos, a cidadania de forma geral deverá ser envolvida. Será preciso que as organizações alinhem seu calendário com o tricentenário. Deste modo será possível envolver os seus integrantes e trazer as comemorações e reflexões para as suas áreas de atividade.

3. Marketing – inúmeras ações de divulgação da marca e todo o projeto precisarão ser realizadas, para registrar esta importante efeméride.

4. Memória – os 300 anos de Cuiabá proporcionarão uma excelente oportunidade para organizar a memória documental dos seus habitantes. Todo e qualquer documento que possa registrar a evolução da cidade e de seus cidadãos deve ser levantado e reunido, para facilitar na melhor construção de sua identidade.

5. Obras -  um legado físico também deverão ser deixado para celebrar esta momento. Uma forma de fazê-lo é associando obras de infraestrutura e também de equipamentos sociais a serem realizadas pela atual gestão ao marco dos trezentos anos. Além de algumas estruturas específicas.

6. Serviços públicos – Cuiabá vem perdendo a posição de polo de serviços para municípios do interior e também para outras capitais. Isto passa também pelos seus serviços públicos municipais. Portanto, a modernização neste setor torna-se parte essencial da rearticulação do município por ocasião de seu tricentenário.
 
Desta forma entendo que estaremos num bom caminho para aproveitar este importante momento de nossa história.
 
*Vinicius de Carvalho Araújo é analista político e professor universitário
www.analisepolíticamt.com.br
@analisepolmt
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