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Opinião

Mulher, sexo forte!

Licio Antonio Malheiros


A luta e dedicação das mulheres por melhores condições de vida e trabalho teve início, a partir do século XIX, principalmente na Europa e Estados Unidos. Existem vários motivos que levaram as mulheres a esta luta justa e necessária; entre as quais, estão as jornadas de trabalho de 15 horas  diárias e a discriminação de gênero, estes são alguns dos motivos que as levaram a esta reivindicação justíssima. No dia  8 de março de 1857, 129 operárias morreram carbonizadas em um incêndio que ocorreram nas instalações de uma fábrica têxtil, provocado de forma criminosa  pelo proprietário da mesma, como forma de debelar e abafar  o movimento das mulheres em prol de seus direitos.

As feministas, são assim chamadas por implementarem movimentos: políticos, sociais,  ideológicos e filosóficos, tendo como  objetivo comum: equânimes (iguais) e uma vivência humana por meio de empreendimento feminino, colocando homens e mulheres, em igualdade de condições.

Infelizmente a cultura machista está impregnada na sociedade brasileira, não por culpa das mulheres, e sim, por conta de uma pequena parcela  composta por homens, que às veem  como sexo frágil e, usam desses  artifícios sórdidos e vergonhosos, para atentarem  contra suas vidas.  

No dia 8 de março  de 2017, iremos comemorar o dia internacional da mulher, porém temos pouco ou nada a comemorar, em função da violência exacerbada contra as mesmas, praticada por alguns acéfalos que as veem como objeto sexual ou coisa que o valha.

Se no século XIX, elas morriam por buscar igualdade e condições de trabalho com os homens, hoje, infelizmente elas morrem por intolerância e discriminação por parte de alguns homens, motivados por uma série de fatores, entre os quais um é contundente, o sentimento de posse.

A cada hora e meia, uma mulher é assassinada por um homem no Brasil, apenas por ser mulher, a esse crime dá-se nome de feminicídio, tradução de femicidi (femicidio) mais usado na América Latina.

No Brasil, a sanção da lei que o tornou uma qualificadora do homicídio; mais ainda é pouco discutido fora de círculos especializados.

Existem estimativas, que entre 2001 e 2011, tenham ocorrido mais de 50 mil homicídios motivados por misoginia (ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres). Isso coloca o Brasil, na condição de sétimo país que mais mata mulheres no mundo, isto é uma vergonha.

Uma agravante ainda mais chocante foi detectada através de uma pesquisa realizada em 2012, pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), que mostra que as mulheres negras representam 61 por cento das vítimas de feminicídios no País.

O Brasil  investe pouco em educação, portanto os parâmetros educacionais e culturais precisam ser modificados urgentemente.

Nossos governantes, assim como as famílias,  precisam atacar com muita força e continuidade, na mudança cultural e, ao mesmo tempo a educação formal tem que incorporar os conceitos que dizem respeito aos direitos das mulheres e à igualdade de gênero, só dessa forma, poderemos minimizar essa grande disparidade entre homens e mulheres.

Parabéns  às mulheres pelo seu dia.

Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)
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