A luta e dedicação das mulheres por melhores condições de vida e trabalho teve início, a partir do século XIX, principalmente na Europa e Estados Unidos. Existem vários motivos que levaram as mulheres a esta luta justa e necessária; entre as quais, estão as jornadas de trabalho de 15 horas diárias e a discriminação de gênero, estes são alguns dos motivos que as levaram a esta reivindicação justíssima. No dia 8 de março de 1857, 129 operárias morreram carbonizadas em um incêndio que ocorreram nas instalações de uma fábrica têxtil, provocado de forma criminosa pelo proprietário da mesma, como forma de debelar e abafar o movimento das mulheres em prol de seus direitos.
As feministas, são assim chamadas por implementarem movimentos: políticos, sociais, ideológicos e filosóficos, tendo como objetivo comum: equânimes (iguais) e uma vivência humana por meio de empreendimento feminino, colocando homens e mulheres, em igualdade de condições.
Infelizmente a cultura machista está impregnada na sociedade brasileira, não por culpa das mulheres, e sim, por conta de uma pequena parcela composta por homens, que às veem como sexo frágil e, usam desses artifícios sórdidos e vergonhosos, para atentarem contra suas vidas.
No dia 8 de março de 2017, iremos comemorar o dia internacional da mulher, porém temos pouco ou nada a comemorar, em função da violência exacerbada contra as mesmas, praticada por alguns acéfalos que as veem como objeto sexual ou coisa que o valha.
Se no século XIX, elas morriam por buscar igualdade e condições de trabalho com os homens, hoje, infelizmente elas morrem por intolerância e discriminação por parte de alguns homens, motivados por uma série de fatores, entre os quais um é contundente, o sentimento de posse.
A cada hora e meia, uma mulher é assassinada por um homem no Brasil, apenas por ser mulher, a esse crime dá-se nome de feminicídio, tradução de femicidi (femicidio) mais usado na América Latina.
No Brasil, a sanção da lei que o tornou uma qualificadora do homicídio; mais ainda é pouco discutido fora de círculos especializados.
Existem estimativas, que entre 2001 e 2011, tenham ocorrido mais de 50 mil homicídios motivados por misoginia (ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres). Isso coloca o Brasil, na condição de sétimo país que mais mata mulheres no mundo, isto é uma vergonha.
Uma agravante ainda mais chocante foi detectada através de uma pesquisa realizada em 2012, pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), que mostra que as mulheres negras representam 61 por cento das vítimas de feminicídios no País.
O Brasil investe pouco em educação, portanto os parâmetros educacionais e culturais precisam ser modificados urgentemente.
Nossos governantes, assim como as famílias, precisam atacar com muita força e continuidade, na mudança cultural e, ao mesmo tempo a educação formal tem que incorporar os conceitos que dizem respeito aos direitos das mulheres e à igualdade de gênero, só dessa forma, poderemos minimizar essa grande disparidade entre homens e mulheres.
Parabéns às mulheres pelo seu dia.
Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo (liciomalheiros@yahoo.com.br)