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Opinião

A Polícia que sangra diante de uma sociedade míope

Clelcimar Santos Rabelo de Sousa

O Brasil vive um momento delicado e o atual cenário social, educacional, econômico e político é extremamente preocupante. Não existe semelhança, não existe coincidência, estamos diante de uma estratégia de tomada do poder e transição da democracia para o comunismo.
 
Não precisa ser especialista para perceber que o futuro próximo apresenta-se não mais como incerto, mas como previsível e ameaçador ao que hoje ainda podemos chamar de “sociedade democrática". 
Na segurança pública observamos as consequências do efeito colateral dos estímulos ideológicos cruéis que manipulam e jogam a sociedade míope contra as polícias. E isso não é bom sinal.
 
Parece que não perceberam, mas as polícias estão sangrando em todo o país, especialmente, as Polícias Militares que fazem o enfrentamento direto do crime e do criminoso. E isso não é bom sinal. 
Parece que não perceberam, mas os nossos policiais estão estressados, depressivos, adoecendo, estão sob constante pressão no serviço e estão suicidando. E isso não é bom sinal.
 
Parece que não perceberam, mas as Polícias Militares estão acuadas pela inversão de valores e, literalmente, com “medo” da caneta gélida dos promotores e juízes que, além das portas de seus gabinetes, pouco conhecem sobre a realidade das ruas. E isso não é bom sinal.
 
Parece que não perceberam, mas os nossos policiais tem sido denunciados a indenizar criminosos presos no desempenho da função social servir e proteger a sociedade. E isso não é bom sinal.
Parece que não perceberam, mas os nossos policiais estão sozinhos e isolados numa guerra desleal e desproporcional contra o crime. E isso não é bom sinal.
 
Os nossos policiais estão tombando na missão de promover a segurança, a paz social e a ordem pública. A polícia está sangrando, a sua policia está sangrando, os seus policiais estão morrendo no serviço e fora dele, mas pelo jeito ninguém percebe, ninguém se importa, ninguém se mobiliza e ninguém vai as ruas para defendê-los. E isso não é um bom sinal.
 
Acordem! Povo, políticos, juízes, promotores, advogados, sociedade organizada... Os policiais não são inimigos da sociedade, na verdade eles são o último escudo de defesa social urbana que ainda possuímos. Em outras palavras, na prática os policiais são os nossos verdadeiros heróis.
 
Como dizíamos o futuro não é mais incerto, pois, já podemos antecipá-lo. O futuro próximo será assombroso e tudo indica que faremos uma viagem de  retorno a barbárie. Nesse cenário a sociedade democrática, a liberdade e o direito de ir e vir, serão fatalmente atingidos e deixarão de existir.

Preocupem-se e defendam mais a sua polícia. É isso, enquanto policiais, que esperamos da sociedade.
Não ignorem os sinais, o futuro precisa ser mudado no presente e as polícias precisam de ajuda agora.
 
 
*Clelcimar Santos Rabelo de Sousa é coronel da Polícia Militar e especialista em Gestão Estratégica e Gestão Organizacional.
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