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Opinião

Pré-o-quê? Pré-adolescente, mãe!

Marcela Prado

A maioria de nós, mães e pais, sempre classificou as fases da vida em infância, adolescência, adulto e terceira idade, confere? Ufa! Achei que estivesse só...pois houve uma mudança aí.

Conversando com minha filha, falei que crianças da idade dela não deveriam se preocupar com determinada situação, fui interrompida com um sonoro "Não sou criança, sou pré-adolescente!"...não resisti e invoquei "pré-o-quê?"...e fui respondida "Pré-adolescente, mãe!"...como se eu fosse a última pessoa do mundo a saber de tal classificação.

Sem entender muito o que era isso, me recolhi na minha ignorância e como faço emrelação aos temas que não domino, fui pesquisar sobre o assunto.

A pré-adolescência é uma fase cujo início não se determina pela idade ou fatores biológicos, mas tão somente pelas condutas e interesses. Ela pode ser iniciada, pasmem, aos sete anos. O que se tem como certeza é que finaliza aos 12 anos, quando o Estatuto da Criança e do Adolescente impõe como o início da adolescência, que perdura até os 18 anos.

Para identificá-la, precisamos observar que nossos filhos que antes gostavam somente de brincar de carrinho ou boneca, passam a querer jogos, pois os brinquedos anteriores eram "infantis"; surge também uma certa inibição perto daquele amigo(a) com quem brincava até ontem, pois já está olhando pra ele/a de forma diferente; lavar o cabelo ou escovar os dentes não se torna mais obrigação, e em relação às meninas, acrescente-se inclusive querer acompanhar às mães ao salão, porém não mais como companhia e sim clientes.

Os meninos também não ficam atrás, as barbearias já contam com profissionais que sabem fazer o 'topete' desejado ou desenhos em seus cabelos que fazem o maior sucesso.

As mudanças são em todas as áreas: mentais, sociais, emocionais e espirituais. Questionam tudo! Por que preciso ter essa religião, ou ir ao aniversário se o aniversariante não é meu amigo, quero/não quero ser o mais popular da escola, por que sou alto/baixo, gordo/magro, nãoquero mais ter só um e sim vários amigos, e por aí vai.

Mais do que essas questões, o que podemos fazer por essa pessoinha que não se acha mais criança, porém ainda não chegou de fato à adolescência... está no meio do caminho, acompanhando leves mudanças no seu corpo, modo de pensar e agir?

Nós, enquanto pais, devemos observar e estar atentos a essas alterações e entrar com o diálogo, é o momento de trazer o filho pra perto de si e não afastá-lo, fazendo com que confie somente nos "amigos".

Repressão não funcionará, pelo contrário, atrapalhará uma relação que deveria ter iniciado na infância e consolidada agora. Nosso papel enquanto pais é mostrar que as mudanças pelas quais estão passando são perfeitamente normais, porém que para tudo há um tempo...eles estão crescendo, mas ainda não é o momento de tomar todas as decisões possíveis sobre a própria vida. Pedir auxílio para escolher uma roupa, resolver um problema ou entender o sentimento que está brotando dentro de si quando vê alguém são situações novas, mas cabe a nós, pais, explicar que poderão ocorrer em várias fases da vida, basta orientarmos de acordo com a maturidade deles.

Sobre a minha pré-adolescente? Seguimos com muita conversa...

* Marcela Prado é Ambientalista e estudiosa do Kidscoaching
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