Opinião
Evacuaram em toda cidade
Jorge Maciel
A recente e primorosa exposição das autoridades públicas locais [para se ater apenas às nossas fronteiras], na profusão de provas em vídeos e atitudes já conhecidas de cor e salteado, são o sinônimo da mais crua falta de vergonha associada a tudo o que é do atrevimento e do cômico. O prefeito de Cuiabá, deputados e agentes púboicos flagrados pilhando o erário, todos eles, em igual e conhecido desaforo, ainda tentam se esquivar e negar o obvio: "era dinheiro de empréstimo", para quitar débitos de campanha, para comprar alpiste pros passarinhos, para comprar xaxim e samambaias, para comprar mostarda ...".
A deleção fracionada do ex-governador Silval Barbosa, faz surgir a cada dia novos fatos, novas provas e novos personagens. É o tempo de ponderar sobre o que há, a mais, naquilo que espera de um patife. Na crônica abaixo, uma versão light do atual cenário.
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"Um português cinquentão, rabugento, morava na pensão que ficava em um prédio de cinco andares, onde também havia alguns universitários já cansados da intolerância do lusitano. Certo dia, vendo que o senhor havia exagerado no vinho, resolveram dar um lição no lusitano intransigente. Pensaram em várias peças, já que o homem, entarraxado na bebida, dormia profundamente no seu quarto, com a porta entreaberta. Eles pensaram em tirar sua roupa, colocar-lhe brincos, pintar seus lábios com batom, amarrar os cadarços dos sapatos, enfim, mas decidiram sujar seu vasto bigodão com fezes.
Na manhã seguinte, o portuga acordou incomodado com o mau cheiro. Procurou debaixo da cama, verificou as solas do sapato, do chinelo, foi ao sanitário, abriu o guarda-roupas... Nada ! Desarrumou a cama, foi ao sifão da pia procurando, já desesperado, pela origem do cheiro repugnante.
Por fim, depois dar uma geral em todo o quarto, ele abriu as janelas do quarto, e, do alto do quinto andar, esvaziou os pulmões, aspirou forte e exclamou:
Raios, raios! Defecaram no Estado inteiro.
Jorge Maciel é jornalista