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Opinião

Elegância e caráter

Graci Ourives de Miranda

Celebrando o Dia da Alfabetização, que foi criado pela Organização das Nações Unidas-ONU, e, também pela Organização das Nações Unidas/Educação - Ciência e a Cultura/Unesco/1967. Em 08 de setembro, data relevante para todos, independentemente da nacionalidade: Alfabetização.

É claro que, a cultura deveria ser a primeira das prioridades dos governantes.  O cidadão alfabetizado cristaliza melhor comunicação, tanto nas concatenações de ideias tanto quanto nas posturas. A alfabetização sempre nos transformará para um mundo melhor. É visível quando adentramos em outros países, em que, a Cultura é considera e tratada como fundamental para os administradores.

 Os Mato-grossenses, têm muito para comemorar, em momentos de turbulência moral-política.

 Então, trazemos à lume a postura elegante e ética: Rubens de Mendonça, considerado um dos dedicados: pesquisador/escritor, e detentor de outros muitos títulos etc.., ele que viveu e sobreviveu sempre voltado para o desenvolvimento cultural. Mendonça, trabalhou arduamente para socializar: leitura para todos. A autenticidade dos fatos históricos está em seus escritos, o poeta/escritor não relatava somente sobre as “autoridades”, mas também o trabalhador, independentemente da cor da pele ou de história de vida.

            Este gigante pesquisador Rubens de Mendonça, argumentou a história com estilo nobre e sui generis. E, atualmente se faz presente através de suas obras nas bibliotecas, assim é: exemplo e orgulho do Estado exportador.

É lamentável que os gestores não estão ‘antenados’ para as políticas públicas, basta lançar os olhares nos números das bibliotecas fechadas nos 141 municípios.

Recordar o bom exemplo do escritor, isto nos traz acalento, e sentimos nutridos de esperanças, e que, muitos Mato-grossenses irão enveredar-se para a pesquisa. Nós nos envaidecemos por ter tido Rubens de Mendonça que nunca esperou por: ‘projeto$$$’. A escritora teve a benção e oportunidade de conhecê-lo, este gigante intelectual: Mendonça. O escritor não recebia vale alimentação, sua mulher Ivone Badre Mendonça, quem elaborava suas refeições e transportava até o local de pesquisa.

Rubens de Mendonça, era o império cultural, soube transmitir valores diferenciados: morais-éticos, estes que a sociedade brasileira necessita resgatar. A família pautou-se no respeito e amor à pesquisa. Assim o cotidiano o transportava para o mundo dos papéis, que culminava em mais uma obra. Os documentos tinham significante e significado na sua amplitude, basta manusear suas obras.

 Naturalmente é só através da leitura que adquirimos, senso crítico e labutaremos pela união dos povos, justiça social e paz. Afirmamos que o saber nos faz:  melhor e sensato. Tudo era elaborado com primor e sabedoria para que o leitor estivesse atento às ocorrências históricas. Necessitamos admitir que a sociedade leitora, que é conhecedora dos valores históricos, ou seja o cidadão alfabetizado, este, está mais propicio a não cometer deslizes do passado. O cidadão leitor é um transmissor de conhecimentos.

Se temos uma população de bons leitores temos um país dotado de cultura, e ainda sem riscos de cometer transtornos vergonhosos do passado.  O médico Karl Von Dein. Steinen (1940,). “(...) taciturno, sombrios, rustico (...) Kulekule me era util. (...) taciturno e retraído (...)Em troca dum pote eu dei-lhe perolas falsas. (...)fisionomias europeias cujos donos talvez não admitissem uma comparação com os indios nus, Ehrenreich e eu concordávamos p. ex. em reconhecermos, no Kulisehu senhores da sociedade antropologica de Berlim: naturalmente êstes senhores nada têm dos indios, mais êstes indios pareciam- se algo com os nossos conhecidos”. Parece-nos que alguns políticos esqueceram da alfabetização.

E, será através da alfabetização que aprimoraremos nossas posturas.  O historiador Rubens de Mendonça, através das obras, comprova valores humanos e ambientais, as imagens fazem eco. Então precisamos praticar e vivenciar, mais e mais o mundo da Alfabetização, e defender a ética-ecossistema. É o momento oportuno de refletir e questionar o sistema moral-político.

Rubens de Mendonça viveu:  com humildade e harmonia. Quanto ao estilo do autor, recorro ao pensador, Paul Valéry: “Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir”. Mendonça, assim o fez, no seu mundo da escrita: escreveu os fatos reais sem alarde. E, jamais, de gabinete em gabinete do poder. Foi um verdadeiro construtor cultural. O mundo do escritor foi: para a arte do saber, em que, revelou os fatos reais de Matto Grosso, era escrito com TT”. In: Miranda: “Mulheres de Matto Grosso” (2015).

Comprovando os fatos acima citados recorri ao poder cultural da sua filha -Adélia Maria Badre Mendonça de Deus – é aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT, onde se graduou, nessa mesma instituição, em direito. (Depoimento de: Mendonça de Deus, colhido por: Graci Ourives de Miranda, em 06/09/2017.)
Segundo Mendonça de Deus: “(...) o pesquisador, jornalista, historiador, literato e sátiro Rubens de Mendonça (nasceu 27/07/1915- faleceu em 03/04/1983) que deixou 40 livros editados, sendo dois ‘post mortem’, mandava confeccionar prateleiras de madeira e dava um jeito, sem cerimônia, de transformar em “estantes”. As portas que ligavam um cômodo ao outro, o que, obrigava o pessoal da casa fazer um certo exercício para circular nos ambientes, do casarão. Eram 10.000 exemplares de livros, incluindo, aí obras preciosas remanescentes da biblioteca do seu pai, historiador Estevão de Mendonça (nasceu 25/12/1869-faleceu em 02/12/1949). (...)”

Através do exemplo de dedicação do escritor Rubens de Mendonça, nós esperamos que os governantes se mobilizem:  trabalhar para os cidadãos. Convidamos o leitor a refletir sobre: Alfabetização, amor à sociedade e história.
Autoridades sejam céleres!

Referências:
 MENDONÇA, Rubens De. Roteiro Histórico & Sentimental da Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá. (1727-1977). 3ª Ed., Ed. IGREJINHA. Cuiabá, l975.
MIRANDA, G. O. Riquezas Lícitas de Mato Grosso. 2ª. Ed. Cuiabá/MT: Gráf Print, 2013. 
 
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