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Opinião

​Democracia ou arte?

Graci Ourives de Miranda

“Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo” Abraham Lincoln (1809-1865).
 
O cenário em 26/10/2017 foi lamentável. O direito de expressão ganhou contornos de realidade da democracia plena à arte. Os meios de comunicação lançaram aos olhares da sociedade, os “desabafos”entre dois Ministros do Supremo Tribunal Federal-STF, Luís Roberto Barroso e seu colega Gilmar Mendes.

O Ministro Mendes em acalorado discurso teve o momento de esbouçar um sorriso frente à tantas questões à serem solucionadas. Os poderes com democracia e arte devem refletir sobre o número de analfabetos e famílias de miseráveis que assolam o Brasil.

Ambos será que esqueceram que a pauta do STF era sobre a extinção do Tribunal de Contas do Município do Ceará, através de emenda à Constituição estadual?

A discussão entre eles evidenciou que admiram e defendem as suas cidades, pois o Ministro Barroso é Carioca, e Mendes da cidade de Diamantino, Mato Grosso-MT. Este último teceu críticas à situação financeira do Rio de Janeiro e movimentou Barroso, , este que diz“eles devem achar que é Mato Grosso(...)”*O Ministro elaborou o discurso voltado para o primeiro escalão da política de MT,pois alguns ‘líderes’ estavam detidos, tais como o ex governador do Estado de MT e alguns assessores. Contudo já se encontram em suas confortáveis coberturas. Mas, alguns ‘líderes de quadrilha’ do RJ, ainda estão presos.

Felizmente o processo democrático é dinâmico, e, cotidianamente tornar-se necessário que exista aperfeiçoamento. Parece-nos que ambos naquele momento esqueceram que a sociedade está ávida para transitar por uma sociedade, composta de moralpolítica, humana e sensata. Enfim, com mais justiça.

O Ministro Barroso disse ainda:“Absolutamente é mentira, é mentira aliás vossa excelência normalmente não trabalha com a verdade, então gostaria de dizer que José Dirceu foi solto por indulto da Presidente da República e vossa excelência está fazendo um comício que não tem nada que ver com a extinção de Tribunal de Contas do Ceará. Vossa excelência, está queixoso porque perdeu o caso dos precatórios e está ocupando o tempo do plenário com assunto que não é pertinente (...) para destilar esse ódio constante que vossa excelência têm, e agora o dirige contra o Rio, Vossa Excelência deveria ouvir a última música do Chico Buarque ‘A raiva é filha do medo e mãe da covardia” ainda diz: Vossa excelência fica destilando ódio o tempo inteiro, não julga, não fala coisas racionais articuladas. Sempre fala coisa contra alguém, está sempre com ódio de alguém, sempre com raiva de alguém, usa o argumento o mérito do argumento.” Ainda “ninguém é melhor nem pior do que ninguém, e, portanto, apliquei a ele a lei que vale para todo mundo (...)não transfira para mim esta parceria que Vossa Excelência tem com a leniência em relação à criminalidade com o colarinho branco”. * Diz a letra: “Filha do medo, araiva é mãe da covardia” (Chico Buarque – “As caravanas.” 22/08/2017).A sociedade confia no Brasil e espera o melhor da Corte.
Entende-se por democracia a utilização de ações e realizações que habilitam o bem-estar de todos, que é indispensável para a convivência social.  A democracia é um dos elementos indissociável do Estado Democrático.

Nos debates entre os dois Ministros potencializou acusações, em que evidenciaram um discurso que nos remetia para qualquer local, menos no ambienterequintado do País. Porém, foi e tal fato é quase irreal, já quese deu na mais alta Corte do Distrito Federal.

Esperamos que ideologia esteja sempre distante da justiça. Sejam céleres para ações de humanismo, serenidade e paz.
 

Graci Ourives de Miranda – professora Português/literaturas: Língua Portuguesa e inglês/literatura inglesa. Registro LP9614565/DEMEC/SP-SP.  Especialização História Social-UFMT. Curso -USP-SP: “Prática de ensino da língua inglesa”, voluntária. 02 artigos científicos-UFMT.04 Livros publicados, sendo 1- obra científica.

Referência:

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