Imprimir

Opinião

Por que as Engenharias são fundamentais para a economia do Estado

João Pedro Valente

Com um cenário político extremamente instável, dois anos consecutivos de Produto Interno Bruto (PIB) negativo, um processo de investigação da Polícia Federal que colocou em cheque grandes empresas públicas e privadas da área da engenharia, especialistas concordam que a economia brasileira ainda não têm forças para crescer a curto prazo.

Mas, em meio a esse panorama negativo, é na força da engenharia, da agronomia, das geociências, das áreas tecnológicas e técnicas que se encontra o motor propulsor da economia brasileira, bem como as melhores alternativas de desenvolvimento do país. 

Esse protagonismo da categoria pode ser visto em Mato Grosso que inicia o primeiro quadrimestre do ano com um salto de 14,1% se comparado ao mesmo quadrimestre de 2017, onde o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso teve aumento superior ao registrado na China, quando o indicador subiu 6,8. Na variação do acumulado anual, a economia mato-grossense cresceu 13,9%, enquanto a atividade econômica nacional registrou um aumento de apenas 0,6% no mesmo período.

Já no acumulado dos últimos quatro meses em relação aos períodos anteriores, o Estado registrou crescimento de 10,2% e no Brasil a redução foi de -0,2%. Mérito do agronegócio que  impulsionou o PIB mato-grossense com alta de 49%, além da indústria e serviços que também geraram emprego e renda, todas áreas que envolvem profissionais do Crea-MT.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em cooperação técnica com a Secretaria de Estado de Planejamento de Mato Grosso (Seplan-MT).

Todas as profissões vinculadas ao Sistema Confea/Crea e Mútua são essenciais para que possamos voltar a crescer com a sustentabilidade, e é necessário que sejam tratadas com respeito. Precisamos recompor, qualificar e valorizar nossos profissionais que atuam nas engenharias.

O poder de decisão deve ser atribuído a profissionais desses segmentos para que o país volte a se desenvolver. Defendo e ressalto que as engenharias são aliadas de valor para o progresso do Brasil. Qualquer nação que progride e que garante qualidade de vida para sua população. Precisamos enxergar essas áreas como prioridade.   

É preciso também promover a união das engenharias e participar e permitir que elas façam parte das decisões nacionais e regionais. Uma vez que a sua contribuição permeie todos os setores da sociedade, ou seja, a engenharia se transforma em um dos motores do desenvolvimento social e econômico, além de representar boa parte do PIB do país.

O Crea Mato Grosso e as Entidades de Classe que o compõe estão aptos a propor aos governos estaduais e municipais uma agenda mínima de investimento em infraestrutura para que nosso Estado retome o seu crescimento contínuo, dando real sustentabilidade aos empregos e ao consumo. Trata-se da inteligência humana somada aos recursos naturais, soluções, para que Mato Grosso se torne um Estado desenvolvido sem realizar um crescimento desordenado e que seja nocivo às gerações futuras.

Nesse sentido, o Sistema Confea/Crea e Mútua tem plenas condições de apresentar soluções concretas aos governantes. Nossos profissionais têm a responsabilidade técnica para colocar sua expertise e promover um desenvolvimento sustentável, que garanta o equilíbrio entre as necessidades presentes em uma sociedade moderna com a obrigatória conservação e renovação dos recursos naturais.

Para enfrentar os problemas centrais da sociedade ressalto ainda que é necessário modernizar as indústrias e gerir com eficiência as empresas que são verdadeiros patrimônios nacionais, como a Eletrobrás. Elas são consolidadas graças ao conhecimento e à capacidade de profissionais vinculados ao nosso Sistema e devem ser preservadas e defendidas.


 João Pedro Valente é Presidente do Crea-MT ,  Engenheiro Agrônomo .
Imprimir