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Sexta-feira, 14 de junho de 2024

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'cuiabá das antigas'

Jornalista cria 'museu virtual' com imagens que mostram passado: 'saudosismo e resgate da história'

Foto: Reprodução

Jornalista cria 'museu virtual' com imagens que mostram passado: 'saudosismo e resgate da história'
As imagens publicadas pelo jornalista Marcy Monteiro, de 46 anos, no perfil “Cuiabá das Antigas”, no Instagram, provocam saudosismo nos cuiabanos que viveram a cidade em outras décadas e geram curiosidade nos mais jovens que agora assistem a outras transformações. Nascido em Manaus (AM), Marcy se mudou para a capital de Mato Grosso nos primeiros dois anos de vida e, desde então, se tornou um apaixonado pela história e pelo processo de modernização do território. 


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Decidido a resgatar fotos da história de Cuiabá, o jornalista criou o perfil em 2018, um ano antes da cidade comemorar 300 anos. Para Marcy, reunir imagens que refazem o passado foi uma maneira de homenagem. 

“A ideia era resgatar fotos que estavam espalhadas por vários arquivos diferentes e tentar reunir em um só lugar. Não havia um lugar específico para que as pessoas pudessem acessar isso. Antigamente a gente pegava fotos antigas para conhecer um pouco da história da cidade em bibliotecas, nos livros. Com o passar do tempo e com as redes sociais, facilitou muito, na palma da mão você tem acesso, sem precisar recorrer a um livro físico”. 

Aos poucos, o “pau-rodado”, como são chamados os forasteiros que fixam moradia em Cuiabá, começou a construção de uma espécie de “museu virtual”. Algumas fotos já estavam na família de Marcy, mas outras ele começou a encontrar durante a jornada de pesquisa. Além da busca por imagens que mostram a cidade antiga, o jornalista também passou a se interessar pelos acontecimentos do passado.

“No começo, muitas das postagens eram relacionadas a páginas de jornal, por exemplo, hoje é 14 de maio, o que será que aconteceu em 14 de maio de 1974, sabe? Há 70 anos atrás. Procurava os jornais e via a manchete, por exemplo, estão começando a cobrir a avenida Prainha. Publicava e mostrava o que estava acontecendo há 70 anos, as pessoas ficavam curiosas e queriam saber mais”. 
 

“Apesar de não ser daqui, mas morar aqui há mais de 40 anos, muitas coisas do que pesquisei, não tinha ideia do que tinha acontecido. Pensei que muita gente também não deveria saber, é curioso poder contar”, continua. 

Com o perfil no Instagram, Marcy começou pedir para que os seguidores cuiabanos revirassem seus baús de memórias e passou a receber imagens de arquivo de outras pessoas. No final do mês passado, uma das fotos enviadas ao jornalista viralizou nas redes sociais com um antes e depois da avenida do CPA. 

A primeira, tirada em 1979, mostrava os irmãos cuiabanos Adilson de Figueiredo, de 56 anos, e o irmão William Figueiredo, de 54, no viaduto da avenida Miguel Sutil. Ao fundo, é possível ver uma avenida do CPA sem o fluxo contínuo de carros e às margens tomadas por prédios. 

“Muita gente começou a me mandar, foi curioso, porque as pessoas começaram a refazer as fotos antigas. Dos irmãos foi incrível, o rapaz tinha mandado a foto e me contou que refez, coloquei no ar e realmente viralizou. Outras pessoas já me mandaram, estão guardadas para postar ainda. Muita gente começou a ceder seus arquivos”. 

Com o museu virtual no Instagram, Marcy também começou a atingir outras gerações, como os filhos e netos da cuiabania. Para ele, o hobby é uma ferramenta importante de registro histórico, já que pode ser acessado gratuitamente por qualquer pessoa. “Muita gente que conhece essas histórias não está nessa rede social, são mais os filhos e os netos, mas eles começam a acessar os pais e avós para entender um pouco mais e ver essas fotos”. 

“Quem viveu aquela época vê as fotos e sente saudosismo, mas quem não viveu, vê a foto e passa a conhecer, você desperta sensações diferentes em gerações diferentes, mas com o mesmo objetivo: resgatar o passado”, continua. 

Assim como os cuiabanos que acompanham o perfil, o jornalista também viu a cidade mudar desde que chegou, na década de 80. Marcy ressalta que os registros em imagem são importantes para entender contextos sociais, por exemplo. Ele conta que viu a Cuiabá crescer para os lados e para cima, por conta da construção dos prédios. 

“É legal, porque em uma foto antiga tem vários aspectos na imagem que podem explicar um pouco sobre a gente, não só a parte da arquitetura. Muita gente compara por exemplo: olha como tinha muita árvore. Mas também tem costumes, você vê as roupas das pessoas, penteados diferentes. Uma vez coloquei uma foto de uma festa de aniversário na década de 70, você vê como era diferente de hoje”. 
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