Imprimir

Notícias / Artesanato

Cerâmica, cestaria e acessórios: conheça etnias de MT que se destacam no mundo das artes

Da Redação - Bruna Barbosa

Em muitas das etnias, o artesanato é transmitido de geração para geração e usado como ferramenta de fortalecimento da identidade indígena. A cerâmica, a cestaria, os acessórios com miçangas e a produção de bancos de madeira, por exemplo, são a principal fonte de renda de quatro etnias mato-grossenses. 

Leia também 
Comerciante mantém negócio familiar que começou com o pai há mais de 50 anos em Cuiabá

Artistas e artesãos da etnia Mehinaku, na região do Alto Xingu, em Gaúcha do Norte, que tem população aproximada entre 400 e 500 pessoas, divididas em quatro aldeias. No campo das artes e da produção artesanal, os Mehinaku têm se destacado cada vez mais pela produção de bancos, principalmente zoomórficos, que chamam de xepí, uma atividade majoritariamente masculina.

Já as mulheres se dedicam a um sofisticado trançado em fibra de buriti e linha de algodão, com belíssimos grafismos e desenhos. Com o trançado, confeccionam principalmente cestos, esteiras e redes.

“Aprender a lidar com o dinheiro foi uma das formas que encontramos de manter a nossa cultura viva. Para nós, esse processo começou ainda na década de 1990, quando nossos líderes viram que havia interesse comercial nas peças que produzimos e, ao invés de só fazer trocas por outras mercadorias, passamos a vender e oferecer o nosso artesanato em lojas de grandes cidades como Brasília e São Paulo”, revela o artesão e artista Kulikyrda Mehinaku, que nos últimos anos viu uma valorização dos trabalhos feitos por sua família. 

"Épor meio do fazer manual que eles têm conseguido não só manter vivas as suas tradições, mas também têm levado educação formal para as aldeias, têm tido mais acesso à saúde e também têm acessado bens e ferramentas que facilitam o dia a dia da aldeia, permitindo que eles tenham mais tempo para seus afazeres tradicionais”, revela Lucas Lassen, diretor da Paiol, marca que trabalha com produtos de cerca de 50 comunidades indígenas. 



Waurá - cerâmica

Também do Xingu, os Waurá (ou Waujá) têm a produção cerâmica como uma prática milenar que considera a prática como uma metáfora da identidade Waurá, sendo uma espécie de extensão de suas identidades. Suas panelas e potes em diversos tamanhos e formatos - zoomorfos ou não - ganham pinturas gráficas e lúdicas feitas a partir de pigmentos naturais como o urucum e outras plantas. Mesmo sendo consideradas obras de arte, as peças continuam sendo utilizadas no cotidiano das aldeias. 



Kayapó - acessórios

Localizados em uma região que se estende do Mato Grosso ao Pará, às margens de rios afluentes do rio Xingu, os Kayapós têm uma população de aproximadamente 12 mil pessoas, sendo uma das maiores etnias do país. Como o uso de roupas foi um costume adotado apenas recentemente, eles ficaram bastante conhecidos por suas pinturas, adornos e acessórios corporais.

A característica lhes trouxe destaque na produção de acessórios, sobretudo com miçangas. Colares, brincos, pulseiras e outros acessórios ganham grafismos culturalmente ligados à etnia. 


 
Imprimir