Está tudo certo. As estruturas temporárias para a Copa do Mundo em Cuiabá custarão nada menos que R$ 36,2 milhões e garantem o atendimento de uma das exigências mais ácidas da Fifa para o evento. A licitação foi vencida pelo consórcio DMDL/Pazini que terá 67 dias para concluir os trabalhos. O resultado da licitação foi referendado na semana passada e publicado no Diário Oficial do dia 4 de abril.
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Antes de noticiar o resultado oficial da concorrência, a equipe de licitação da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) fez o julgamento dos recursos administrativos. Também participaram do certame o consórcio GL Events/Premier Rio, Extratech Serviços de Engenharia Eireli e consórcio União Mineira. O consórcio DMDL/Pazini apresentou a menor proposta e, após vistoria da documentação, foi considerado habilitado para realizar a obra.
A empresa será contratada pormeio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC). Vale lembrar que essa modalidade não permite o repasse de aditivos e ainda visa dar mais celeridade às obras. Nas próximas horas a Secopa deve emitir a ordem de serviço para a realização dos serviços.
As chamadas estruturas temporárias são exigências para as arenas e o entorno delas e envolvem desde geradores de energia elétrica e estrutura de telecomunicações até os centros de mídia e de voluntários, passando por áreas dedicadas à interação entre patrocinadores oficiais do evento e o público.
Também estão entre os itens solicitados pela entidade para a sede de seis jogos do Mundial equipamentos de segurança (aparelhos de raio X, detectores de metal, câmeras), mídia (instalação de tendas equipadas com mesas, cadeiras, computadores e televisores, entre outros), de tecnologia da informação (recursos para produção, armazenamento, acesso e transmissão de informações) e de todo o aparato necessário para a transmissão de TV.
As instalações, que serão usadas somente no Mundial, adicionaram uma conta que pode variar de R$ 30 milhões a R$ 60 milhões no orçamento da Copa, tanto para as cidades quanto os clubes donos de estádios.
A instalação das estruturas temporárias já era previsível e foi um compromisso assumido pelas 12 cidades-sede do Mundial. A exigência da Fifa é de que "a autoridade do estádio se compromete a alugar, construir (se necessário) e providenciar para a Fifa e o COL (…) o espaço requisitado para o uso exclusivo no período da Copa e a removê-los (se necessário) depois do uso pela Fifa e pelo COL, sob o custo da autoridade do estádio", é o que diz o documento ("Stadium Agreement") assinado pelas 12 "autoridades de estádio" da Copa.
Contrato Excepcional - A consequência de não cumprir com a obrigação do contrato às vésperas do torneio poderia ser até mesmo a não realização da Copa naquela cidade ou estádio. Por isso, cidades-sede e clubes se viram pressionados para chegar a um acordo. Além das estruturas temporárias, a Fifa poderia fazer também outras exigências aos donos de estádios ou cidades-sede a qualquer momento desde a assinatura do contrato. É o que garante uma das cláusulas do documento, que diz que a entidade pode modificar "quaisquer diretrizes e outras orientações ora contidas e de acrescentar exigências da Fifa a qualquer tempo a seu exclusivo critério". Outra cláusula determina a renúncia por parte das cidades-sede de qualquer pedido de indenização em caso de cancelamento do evento por parte da Fifa.
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