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14/02/2014 - 09:29

Sindicato de MT manifesta contra más condições de segurança nas obras da Copa

Da Redação - Darwin Júnior

Foto: Darwin Júnior - Olhar Copa

Campanha visa ampliar segurança de operários da Arena Pantanal e outras obras da Copa em Cuiabá e Várzea Grande

Campanha visa ampliar segurança de operários da Arena Pantanal e outras obras da Copa em Cuiabá e Várzea Grande

Com mais de 40 obras em execução, incluindo a Arena Pantanal, a reforma do aeroporto Marechal Rondon e a implantação do VLT, Cuiabá entrará no protesto contra a falta de segurança nas construções de estádios pelo país, após o registro de seis mortes. O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM) entregará na próxima semana aos órgãos de fiscalização do trabalho e às empresas responsáveis pelas obras da Copa do Mundo um manifesto elaborado em conjunto com a Federação Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), que chama a atenção para as más condições de segurança nas obras da Copa. O propósito é evitar a ocorrência de novas mortes.

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Trata-se de uma campanha nacional. A ação será realizada pelos sindicatos das 12 cidades-sede da Copa. Seis mortes já aconteceram em estádios desde o início das obras, a mais recente delas no último dia 7, quando o operário Antônio José Pita Martins, de 55 anos, morreu após ser atingido por um guindaste, na arena Amazônia, em Manaus. O trabalhador chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Não foi a primeira morte no Amazonas. O estádio foi palco de mais três mortes, uma delas em dezembro do ano passado: Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, morreu depois de cair de uma altura de mais de 35 metros enquanto montava os refletores da arena. Em março, a vítima foi o operário Raimundo Nonato Lima da Costa, de 49 anos, falecido após cair de uma altura de 5 metros, e o trabalhador José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, que sofreu infarto após o acidente.

Outro acidente, na Arena Corinthians, em São Paulo, vitimou os operários Fábio Luiz Pereira, 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, 44 anos. Em Brasília, no Estádio Nacional, faleceu José Afonso de Oliveira, 21 anos.

Autoridades

Em Cuiabá, o manifesto será entregue às diretorias das construtoras Mendes Júnior e Engeglobal, responsáveis pelas obras da Arena Pantanal e COT do Pari, respectivamente e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), Secopa-MT e autoridades políticas do Estado. O documento, que é assinado pelos sindicatos das 12 cidades-sede, frisa a preocupação das entidades sindicais com a falta de segurança nos locais de trabalho, e pede diálogo com os organizadores da Copa do Mundo“, a fim de que o legado não seja positivo somente para as grandes construtoras, mas que os trabalhadores também sejam parte da festa”.

O mesmo ocorrerá em todas as cidades-sede, onde os sindicatos do setor da Construção que estão reunidos na Campanha por Trabalho Decente antes e depois de 2014, irão enviar aos responsáveis pela organização da Copa do Mundo FIFA 2014 no país e nas cidades sedes a declaração, pedindo mais dialogo e segurança na obras da Copa.

A declaração foi motivada não somente pelo acidente que aconteceu na última sexta-feira, na Arena Amazônia, mas também pela pressão da proximidade do prazo final para a entrega das obras. O documento aponta para a necessidade de maior diálogo entre os sindicatos e as organizações responsáveis pela a realização do evento, um contrato nacional de trabalho para o setor, e a ampliação do Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Indústria da Construção para novos projetos, condições necessárias par a diminuição dos acidentes nas obras da Copa.

Para Nilton Freitas, Representante Regional para América Latina e Caribe da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira, “não podemos repetir no Brasil o que tem acontecido em países como a Rússia, onde morreram mais de 60 trabalhadores na preparação para os jogos Olímpicos de inverno”.

A campanha tem como objetivo garantir que a agenda de Trabalho Decente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) seja respeitada durante os preparativos do Brasil para sediar a Copa do Mundo FIFA 2014, e é articulada pela ICM, juntamente com sindicatos de todo o Brasil. Com informações da assessoria do SINTRAICCCM

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