Olhar Jurídico

Sexta-feira, 28 de junho de 2024

Notícias | Criminal

OPERAÇÃO SODOMA 2

Empresário diz ter intermediado propina de R$ 27,9 mil de empresa de locações a secretário de Estado

17 Ago 2016 - 08:55

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia Teixeira / Olhar Direto

Promotora Ana Cristina e Juíza Selma

Promotora Ana Cristina e Juíza Selma

A quinta testemunha ouvida no inicio da noite desta terça-feira, 16, no Fórum da Capital, pegou os presentes da sala de audiências da Sétima Vara Criminal de surpresa: o empresário Fernando Augusto Canavarros Infantino. De antemão,  a representante do Ministério Público Estadual (ME), a promotora Ana Cristina Bardusco anunciou: “ele vem explicar um fato que envolve especificamente a conduta de César Zílio”.


Trata-se de um cheque de R$ 27,9 mil exigido pelo ex-secretário de Administração ao empresário. O que foi assinado em nome de sua empresa, a JFP Comércio e Serviços. O cheque serviria, sendo entende o MPE, como cobrança de propina para liberação de pagamentos a outra empresa, a Delta Locações. Ainda, teria sido usado por Zílio no pagamento do terreno de R$ 13 milhões investigado na "Operação Sodoma 2". O caso poderá render uma nova ação policial.

Leia mais:
Arquiteto usado como laranja afirma que ex-secretário pediu pela destruição de provas

Fernando Infantino narrou à juíza Selma Rosane Arruda que a partir de meados de 2012 passou a prestar serviço autônomo de locação e coleta de lixo para a empresa Delta Locações. Empresa que, por sua vez, mantinha diversos contratos com órgãos do Estado, à época.

Em janeiro de 2013, narra, foi procurado pelo diretor da Delta Locações, Rafael Nascimento de Mendonça. Ele relatou à testemunha sua dificuldade em receber pagamentos pelos serviços já prestados ao Executivo Estadual. Como proposta, Infantino lhe disse que conhecia César Zílio e que poderia intermediar o recebimento. Foi o que fez, segundo afirma, entregando à César Zílio medições e planilhas da Delta.

Foi quando César Zílio teria exigido de Fernando Infantino um pagamento de R$ 27 mil para que a Delta conseguisse a desejada autorização. O diretor da Delta concordou com a ideia e,  Infantino, assinou um cheque em nome de sua empresa, a JFP, entregando-o pessoalmente à Zílio.

O cheque teria servido para pagar o terreno de R$ 13 milhões na Beira Rio, objeto da "Operação Sodoma 2". Razão pela qual sua oitiva foi realizada no bojo da ação penal oriunda desta operação. 

Se confirmado o repasse dos valores ao secretário de Estado, trata-se de pagamento de propina, crime de corrupção considerado grave. O caso ainda está sendo investigado pelo MPE e poderá ensejar nova ação penal ou novas ações policiais. Esta audiência foi a primeira ocasião em que a história veio à tona.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet