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OPERAÇÃO VENTRÍLOQUO

Após Riva envolver nome de deputados, juíza encaminha cópia de processo a PGR e Núcleo especial do MPE

23 Jun 2016 - 19:02

Da Reportagem Local - Jardel Arruda / Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Audiência desta quinta-feira (23)

Audiência desta quinta-feira (23)

Ao final da audiência que interrogou o ex-deputado Estadual, José Geraldo Riva e os funcionários Luiz Márcio Bastos Pommot e Anderson Flávio de Godoi, nesta quinta-feira (23), no Fórum da Capital, a magistrada Selma Rosane Arruda, responsável pela ação oriunda da “Operação Ventríloquo”, determinou o envio dos autos ao Núcleo de Ações de Competências Originárias (NACO), responsável por investigar figuras públicas com foro privilegiado. A decisão atende parcialmente a um pedido de Riva e leva em consideração as acusações feitas pelos réus aos deputados Guilherme Maluf, Mauro Savi e Romualdo Junior. Ainda, deferiu a revogação das medidas cautelares impostas à Luiz Pommot e avaliou o andamento do processo. 


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Atendendo pedido da defesa, a juíza revogou as medidas cautelates impostas ao ex-secretário de Orçamento da Assembleia Legislativa e réu na Ventríloquo, Luiz Márcio Bastos Pommot. Entretanto, ele deverá se apresentar mensalmente ao juízo.

Ainda, negou pedido da defesa de José Riva de requerer o extrato dos últimos cincos anos da conta da testemunha ouvida nesta quinta-feira (23), Odenil Rodrigues, funcionário da Assembleia Legilativa que fora acusado de ser receptor de verbas e de atuar como assessor do parlamentar Guilherme Maluf (PSDB).

Segundo a magistrada, não há muita utilidade para esta ação e também considera que o pedido sairia de sua alçada, posto que o funcionário tem foro privilegiado. "Tenho medo de causar a nulidade de uma futura investigação cuja alçada não cabe a esse juízo. Inclusive já peço para enviar copia dos autos para a Procuradoria-Geral da República", manifestou a magistrada.

Atendendo pedido do promotor Marcos Bulhões, a magistrada também determinou envio de cópia dos autos ao Naco.

Riva chegou a insistir que sua colaboração passava por estes documentos, mas a juíza respondeu: “Não podemos dar mais nem um passo nessa direção. O caso é dele começar a colaborar lá em cima".

Por fim a magistrada manifestou sobre o andamento do processo. "Graças a Deus estamos no fim da fase da instrução. Estamos nos últimos passos. Acredito que devemos desonerar quem não tem culpa e dosar na medida certa a quem deve".

Resumo:

Os três réus e a testemunha foram ouvidos nesta quinta-feira (23) na Sétima vara Criminal. Riva reiteradamente apontou para a necessidade de microfilmagens para comprovar o envolvimento de outras figuras públicas na “Operação Ventríloquo”, que apura um esquema de fraudes em R$ 9,6 milhões, na qual ele é investigado. Riva afirmou ainda que a oitiva realizada com Odenil Rodrigues, momentos antes, foi uma farsa montada em 17 maio deste ano no gabinete do deputado Mauro Savi. Ainda, Pommot afirmou que além de Riva, Guilherme Maluf, Mauro Savi e Romoaldo Junior teriam sido beneficiados no esquema.

Ao final da audiência, Riva falou com a imprensa:

“O meu compromisso é falar a verdade, não estou fazendo delação. Estou fazendo uma confissão. E quando faço uma confissão eu tenho o compromisso de falar a verdade e a verdade está aí. É essa que vocês ouviram. E não adianta eu vir aqui para colaborar, para dar informação e dar informação errada”, manifestou.

Questionado se é possível esclarecer sobre R$ 2 milhões não identificados, Riva promete: “Com os cheques é possível escrever 100% [mas] eu não posso vir aqui falar aqui dizendo ‘oh, deputado fulano pegou isso, deputado fulano pegou aquilo’. Eu fui muito claro. Eu soube identificar quem pelas assessorias, pelas empresas. Agora, eles é que vão ter que se explicar, se (as verbas) foram para eles, se foram para assessores ou para alguém. Vocês ouviram, já citei os deputados e não vou ficar aqui execrando companheiros, eles é que têm que se explicar”, concluiu.
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