Informações divulgadas no mandado de prisão oferecido contra o ex-deputado José Geraldo Riva apontam que o político montou um esquema de “caixa dois” na Assembleia Legislativa, usando a verba desviada para compra de votos em eleições passadas.
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Parte do R$ 1,7 milhão supostamente desviado por Riva foi sacado na Assembléia e entregue aos “gerentes” de esquema
Os dados foram observados em um pendrive apreendido pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). O Político foi preso na segunda fase da Operação Metástase, intitulada “Célula Mãe”, responsável por apurar um desvio de aproximadamente R$ 2 milhões em verbas de suprimento. Os valores e destinatários presentes no arquivo digital não foram divulgados.
Duas servidoras da “Casa de Leis” confirmaram, em depoimento, os documentos confiscados pelos investigadores. O “[...] documento estava em um pendrive que foi apreendido e seu conteúdo foi apresentado pela investigada Marisol e ratificado pela servidora Hlenaça, pessoas que, conforme os demais interrogados, eram as grandes encarregadas do “controle dos gastos paralelos”, informou a magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, fundamentando a detenção imposta ao ex-parlamentar.
Segundo o Gaeco, além dos pagamentos diretos para compras de votos, o dinheiro desviado servia para quitar de despesas pessoais do ex-deputado José Riva, como o combustível de sua aeronave particular, pagamento de honorários advocatícios, entre outros.
O ex-deputado teria usado parte do montante para o pagamento de um “mensalinho” para políticos e lideranças políticas do interior do Estado. A distribuição de “mimos”, como uísque, pagamento de festas de formatura, jantares e massagistas também faziam parte da lista.
Observando a teia de contatos de José Riva, a magistrada da Sétima Vara Criminal de Cuiabá considerou necessária a prisão preventiva, conservando, assim, o andamento das investigações. “As ações penais a que respondem, por sua vez, são também claro demonstrativo de que José Geraldo Riva é acentuadamente voltado ao envolvimento em ilicitudes de todo tipo, especialmente em detrimento ao dinheiro público”.
Selma Rosane de Arruda decretou, também, a prisão preventiva de outros servidores da Assembleia Legislativa que eram ligados a presidência na gestão de Riva, são eles: Geraldo Lauro, Maria Helena Ribeiro Caramelo e o ex-auditor geral da ALMT, Manoel Marques.