A defesa do ex-chefe de gabinete citou ainda a instauração de um Processo Disciplinar (PAD) contra Nadaf por ações cometidas por ele contra funcionários do CCC. Os lembrentes tentam desmoralizar as confissões feitas a Justiça.

“Não sei se é loucura, mas Pedro só andava de sunga, um dia botou uma mesa atrás da cela achando que alguém iria atacá-lo na prisão”, diz Silvio, que acrescenta. “Ninguém gosta dele”, “meu sangue não bate com o dele”. À sua defesa, Silvio disse que Pedro Nadaf beijou forçosamente uma funcionária do CCC, em outra oportunidade, fez uma cantada em inglês, usando palavras de baixo calão e ainda ameaçado um agente penintenciário dizendo: "O que é seu está guardado".

A defesa de Silvio assevera que Nadaf foi retirado do CCC como punição por mal comportamento após envolver-se em brigas com os funcionários, xingando-os de todos os nomes. Lembraram que no dia do acontecido o ex-secretário estava sofrendo de problemas de depressão, privação de sono e ingerindo medicamentos tarja preta sem o devido controle, o que causaram alterações psicológicas, surtos psicóticos que podem ter comprometido a qualidade das informações prestadas pelo ex-chefe da Casa Civil à justiça.

A defesa de Nadaf considerou impertinente a manifestação, e defendeu-o alegando que o desentendimento no CCC se deu quatro meses antes de sua confissão à justiça. Disse ainda que quando solicitou seu reinterrogatorio Nadaf estava em pleno controle mental e gozando de total lucidez. Ainda, que a transferência do réu para o SOE se deu a partir do momento em que Nadaf teria demonstrado intenção de colaborar e confessar os fatos, entendeu a juíza. De modo que ele foi transferido por questão de segurança, para se afastar de seus desafetos no presídio.

Em sua decisão, ainda durante a audiência, a juíza salientou que a argüição da defesa de Silvio Cézar é descabida, pois depressão não causa surto psicótico. “Sequer abuso deste medicamento faria acontecer episódio nesse sentido”, afirmou.

“Pedro Nadaf é pessoa de bastante proeminência social e de grande influência não só na capital mas em todo Estado de Mato Grosso”, disse. "Por isso, colocado em estado de melancolia, depressão e outros problemas mentais, ocorreram excessos de sua parte, que já foram devidamente corrigidos com punições do próprio CCC". “Não se trata de surto psicótico”, conclui. Não havendo, portanto, qualquer razão para realização de perícia mental.

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