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CASO CARAMURU

MPE chama denúncia de Wilson de "mentirosa" e revela identidades de promotores "sob suspeita"

25 Out 2016 - 08:32

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Ministério Público Estadual

Ministério Público Estadual

O Ministério Público Estadual (MPE) emitiu nota na noite desta segunda-feira (24) desmentindo as acusações feitas pelo candidato a prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB), de que haveria um promotor de Justiça atuando no suposto esquema de propina e prevaricação envolvendo parentes do candidato Emanuel Pinheiro (PMDB). A denúncia foi feita durante debate eleitoral promovido pela TV Gazeta, afiliada da Rede Record de Mato Grosso, na noite de domingo (23). Para o MPE, trata-se de notícia “mentirosa”, “artimanha para confundir a opinião pública”.


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O dossiê foi protocolizado na Delegacia Fazendária (Defaz) e revelaria um escândalo de propina de R$ 4 milhões envolvendo Barbara Pinheiro, cunhada do candidato Emanuel Pinheiro e Marco Polo Pinheiro (vulgo “Popó”), seu irmão.

Segundo Wilson Santos, Barbara Pinheiro afirmou ter feito lobby para a empresa Caramuru Alimentos, de Goiás, ao receber incentivos fiscais em 2014, mediante pagamento de R$ 4 milhões. Seu papel seria agilizar o andamento do processo de incentivos da empresa no Conselho de Desenvolvimento Empresarial (Cedem). Porém, Wilson diz ter percebido a gravidade do caso somente quando ela disse que temia ser presa. O candidato ainda afirma que Barbara diz que teria levado o caso ao “promotor Sergio”, que teria lhe orientado a voltar “depois das eleições”.

"Notícia Mentirosa": 

O MPE esclarece: “existem apenas dois Promotores de Justiça com esse nome lotados na Capital. São eles: o coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO), Promotor de Justiça Antônio Sérgio Cordeiro Piedade, e o promotor de Justiça Sérgio Silva Costa, do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Administração Pública e da Ordem Tributária. Ambos negam veementemente que tenham recebido Bárbara Pinheiro para atendimento ou recebimento de denúncia ou qualquer documento”.

Adiante, pontua que os “promotores ficaram surpresos com a notícia mentirosa e que vão adotar as providências cabíveis para apurar os motivos e quem foram os responsáveis por tais declarações”.

Por fim, o MPE diz lamentar “que a disputa eleitoral, que deveria ser um processo democrático e limpo, tenha tomado rumo diverso, com a utilização de artimanhas para confundir a opinião pública. Inclusive, com tentativa de manchar a credibilidade de uma Instituição que não tem medido esforços para defender a sociedade”.

Acusação Tucana:

“Temos áudio com a confissão da dona Barbara e Marco Polo Pinheiro, quando eles espontaneamente foram ao meu prédio e eu os recebi. Em algum momento eu vi que a coisa era mais grave do que eu imaginava, quando ela admitia a possibilidade de ser presa, e o deputado Emanuel Pinheiro tinha conhecimento de tudo. Palavras da dona Barbara”, disse Wilson à imprensa, ao chegar à Defaz.

Wilson afirma que, na gravação, Barbara diz que teria levado o caso ao promotor Sergio, que teria lhe orientado a voltar “depois das eleições”. Segundo a assessoria de Wilson, este poderia ser Antonio Sergio Cordeiro Piedade, coordenado do Núcleo de Ações Originárias (Naco). Porém, o advogado do tucano, José Antonio Rosa, afirmou que há três promotores com esse nome e cabe à Defaz descobrir de quem se trata.

De acordo José Rosa, os R$ 4 milhões recebidos por Barbara seria dinheiro demais para “lobby e consultoria” pela aprovação dos incentivos no Conselho Fiscal, principalmente porque os benefícios para três empresas do grupo Caramuru foram aprovados através de decreto, antes de passar pelo órgão colegiado. Para ele, ela seria uma parte de um esquema envolvendo mais pessoas, como o ex-secretário de Indústria, Comercio, Minas e Energia, Alan Zanatta

“Quando dissemos que o secretario Alan Zanatta, secretário indicado por Emanuel Pinheiro, eu não acredito que a Barbara, por si só, tem competência sozinha para ir lá despachar com ele. E não acredito que o Alan Zanatta tinha condições sozinho, como ele decidiu, decidir por um incentivo fiscal de um tamanho esse sem ter o aval do governador e do Marcel de Cursi, que era o secretário de Fazenda, que em tese eram quem iria abrir mão do recurso”, pontuou o advogado.
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