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Outro caso

Acusado de atuar em morte de personal vai a júri por homicídio qualificado em 2012; veja detalhes

19 Jul 2018 - 08:54

Da Redação - Wesley Santiago/Paulo Victor Fanaia

Foto: Paulo Victor Fanaia/Olhar Direto

Guilherme (esq) e Wallison (dir) durante oitivas da morte de personal

Guilherme (esq) e Wallison (dir) durante oitivas da morte de personal

Wallisson Magno de Almeida Santana, acusado de participar da morte do personal trainer Danilo de Campos, em novembro de 2017, a mando do empresário Guilherme Dias de Miranda, irá a júri popular por homicídio qualificado (Artigo 121§ 2º, IV - à emboscada), ocorrido em 2012, no bairro Jardim Glória I, em Várzea Grande. À Justiça, ele confessou estar no local, mas relatou que trabalhava como mototaxista e não sabia sobre a execução.

O réu tentou recurso junto à Segunda Instância para evitar o Júri Popular, mas sem sucesso. A rejeição do apelo pelos desembargadores foi juntada aos autos da ação que Wallisson responde com Guilherme Dias de Miranda, na 12ª Vara Criminal. 

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Uma decisão de março deste ano, do magistrado Otávio Vinicius Affi Peixoto, da Primeira Vara Criminal, manteve o julgamento pelo Júri.
 
Consta nos autos que Wallison, “juntamente com terceira pessoa não identificada, mediante disparo de arma de fogo e utilizando recurso que dificultou a defesa da vítima Uilson Pereira da Rocha, ceifou-lhe a vida”. O Ministério Público Estadual (MPE) entendeu que o melhor caminho para o julgamento seria o Júri, o que foi atendido pelo magistrado.
 
Em juízo, Wallison negou qualquer participação no crime, afirmando que estava trabalhando de mototaxista, quando recebeu uma solicitação pelo telefone fixo do ponto que fosse até a Estrada da Guarita. Relata ainda que quando chegou, o cliente passou o local para onde iria, mas sem contar o que iria fazer.
 
“Me recordo que era em torno das 18h e mais a frente ele avistou um rapaz em uma moto e mandou eu encostar e foi na hora que ele segurou na minha cintura e quando olhei pra trás já vi a mão dele estendida e escutou os disparos, tendo ele dito que se eu parasse iria me matar;...não lembro quantos disparos; tentei negociar pra ele descer da minha moto, mas ele sempre falando em me matar”, disse o acusado em seu depoimento.
 
Wallison ainda disse  no depoimento que quando passaram por uma viatura, o homem que o teria contratado mandou que ele não parasse a motocicleta: “No final da rua não tinha saída e eu freei a moto, caímos e ele correu e eu fui voltando pra trás em direção aos policias e fui alvejado até eu cair; não tenho costume de andar armado e não foi localizado nenhuma arma comigo; não é verdade que falei com enfermeira admitindo a autoria”.
 
“As testemunhas inquiridas nos autos não afirmaram com evidências ou qualquer convicção que Wallisson era o piloto da motocicleta no dia do crime, ele, contudo, em seu interrogatório atribuiu a direção da motocicleta a sua pessoa, já que era moto taxista”, diz trecho da decisão. Uma das testemunhas disse que o garupa de capacete rosa é quem atirava.
 
A enfermeira que atendeu Wallison teria dito que o réu confessou que estava junto com a pessoa que fez os disparos, durante atendimento no Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande (PSMVG), para onde ele foi levado após ser atingido por um disparo no tórax.
 
“Ressalte-se que o réu negou participação no crime, mas essas justificativas a excluir os elementos do inquérito, é matéria a ser analisada pelos Senhores Jurados, que são os competentes para verificar essa versão apresentada pelo réu, em confronto com os indícios do IP”, diz o magistrado em outro trecho da decisão.
 
Morte do personal
 
O crime correu em uma distribuidora no bairro Duque de Caxias, em Cuiabá, por volta das 21h20 do dia 8 de novembro do ano passado. Populares disseram aos militares que viram dois homens em uma motocicleta alta se aproximarem e o garupa efetuar os disparos contra o personal trainer Danilo Campos.
 
A polícia apurou que Guilherme Dias de Miranda seria o mandante do assassinato. Ele usava documentos falsos para se esconder, junto com Walisson. A ex-esposa de Guilherme chegou a ser presa, mas foi solta por colaborar com a polícia na cidade de Foz do Iguaçu (PR) e, em Cuiabá, colaborou no interrogatório e esclareceu o que ainda restava do crime, sendo solta em seguida. A pivô do caso afirmou que era ameaçada pelo ex-companheiro, Guilherme.
 
No dia 9 de março, cerca de quatro meses após o crime, Guilherme e Walisson foram presos em uma ação conjunta da Polícia Civil de Mato Grosso com a de São Paulo. Os dois estavam com passagens compradas para fugir do Brasil.

* Atualizada às 10h15.
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