Cerca de 800 vereadores mato-grossenses devem escolher nesta segunda-feira (02.02) a nova diretoria da União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (UCMMAT) com a oposição reclamando que os vereadores estão órfãos e que não têm espaço para reinvindicar seus pleitos.
Duas chapas estão na disputa: a Chapa 01, Mudança com transparência, de oposição, encabeçada pelo vereador Marcos Junio Mendonça, Marquinhos, de Água Boa; e a chapa 02, do vereador Aluízio Lima, de Salto do Céu, que está há quatro anos no poder e pleiteia o terceiro mandato. A votação começa às 8 horas, na sede da entidade.
Aluízio Lima, conforme denunciam os partidários da Chapa 01, tem muito gosto pelo poder. Chegou até a mudar o estatuto e o regimento interno da UCMMAT para tentar se perpetuar no poder. Sem realizar assembléia geral ampla e participativa, instituiu a reeleição indefinidamente. Também estabeleceu que o cargo de superintendente da entidade seja ocupado pelo presidente derrotado, que passa a ganhar um salário de mais de R$ 7 mil.
As críticas mais severas contra o presidente atual, no entanto, são em relação à falta de ações em defesa dos interesses e direitos das Câmaras Municipais e dos vereadores.
"Recentemente o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou por infidelidade partidária 172 vereadores e a UCMMAT não moveu um a palha sequer, não teve nenhum posicionamento e não deu nenhum apoio jurídico aos acusados", afirma o vereador Octávio Augusto de Oliveira, de Curvelândia, candidato a vice-presidente da Chapa 1.
Ele lembra ainda do caso de um vereador de Colniza, que sofreu atentado só porque apresentou requerimento à Câmara para investigar atos de improbidade administrativa do prefeito local. "O vereador veio à UCMMAT para pedir apoio e as portas lhe foram fechadas", acrescentou.
A falta de democracia e transparência é outra reclamação dos opositores. "A atual diretoria da UCMMAT, nesses quatro anos, nunca convocou uma assembléia geral e nunca realizou encontros regionais para discutir as ações da entidade", afirma Octávio Augusto. A capacitação dos vereadores também é alvo de críticas. "Nos últimos quatro anos a entidade não promoveu nenhum evento sequer para orientar os vereadores", afirma o vereador.
Os vereadores mato-grossenses, nesses últimos quatro anos, estão se sentindo órfãos, acrescenta Octávio Augusto. "Devido à atuação pífia da entidade, que em momento algum cumpriu com o papel dela. Em razão disso é que a classe se sente traída e quer mudança urgente. Até por que é inadmissível, que uma entidade que congrega mais de mil vereadores, ser comandada por uma única pessoas por seis anos", finalizou.
