Com o contingenciamento do Orçamento Geral do Estado (OGE) beirando os 50%, o secretário de Fazenda, Eder Moraes Dias, defende austeridade máximo nos gastos governamentais até que o governo de Mato Grosso tenha uma noção mais próxima da realidade da abrangência da crise financeira sobre a economia estadual. 

"Hoje, na prática, estamos com 50% do orçamento contingenciado sobre as verbas de aplicação livre. Em tese, o orçamento está aberto apenas para as verbas dos repasses constitucionais. São medidas duras, mas necessárias até que possamos atravessar as turbulências do mar de incertezas geradas pela crise", delarou Moraes Dias, em entrevista para o Olhar Direto.

Na avaliação do secretário, manter a austeridade é mais do que necessário. "É vital", assevera ao observar que a autoridade estadual precisa fazer o dever de casa e conter ao máximo os gastos da máquina pública. 

A recomendação deve ser feita na reunião de hoje do secretariado com o governador Blairo Maggi, marcada para o começo da tarde, com alerta máximo de que a "meta é manter o equilíbrio fiscal a qualquer custo". "Não podemos correr o risco de não cumprirmos a Lei de Responsabilidade Fiscal", adverte o titular da pasta fazendária.

Apesar do alerta a ser feito por Moraes Dias por conta da crise, as receitas de Mato Grosso têm se comportado bem em meio às incertezas geradas pela crise. As arrecadações oficais de dezembro e janeiro devem ser apresentadas aos secretários. 

Mesmo com uma performance acima da expectativa, Moraes Dias salienta que o "futuro ainda é incerto" porque as medidas anunciadas pelos governos de diversos países ainda não surtiram o efeito desejado porque o crédito continua caro e as retrações setoriais nas vendas são mais do que evidentes.